Notícias
Fogo que protege: a missão do Ibama na Ilha do Bananal (TO)
Esferas conhecidas como “ovos de dragão” erguidas para a execução da queima prescrita - Foto: Guto Dauster/Prevfogo Ibama
Palmas/TO (13/08/2025) – O céu da Ilha do Bananal, no Tocantins, ganhou um novo aliado na proteção do maior fragmento de mata nativa da região: o sling dragon, tecnologia aérea que parece saída de um filme de ficção científica, mas que hoje é ferramenta fundamental na prevenção aos incêndios florestais. Esse dispositivo aéreo de ignição foi empregado em uma operação voltada à proteção e à conservação da Mata do Mamão, fragmento de floresta densa, com alto grau de degradação e vulnerabilidade aos eventos de incêndios de alta severidade, em um ambiente de difícil acesso que abriga indígenas isolados da etnia conhecida como Cara Preta.
A operação foi planejada em duas etapas, realizadas em junho e julho, com o objetivo de promover queimas prescritas, prática cuidadosamente planejada que utiliza o fogo de baixa intensidade para evitar que ele adentre áreas sensíveis como florestas. Na primeira etapa, a umidade da vegetação impôs limites à expansão das chamas, mas abriu caminho para a segunda fase da operação. Já com as condições climáticas ideais, as equipes avançaram com a tecnologia sling dragon pelo entorno da Mata do Mamão e em áreas que haviam sido degradadas por incêndios anteriormente.
Conduzida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a ação atendeu a uma determinação do Ministério Público Federal no Tocantins.
Como funciona essa tecnologia?
Suspenso sob um helicóptero, o sling dragon lança esferas com permanganato de potássio e etilenoglicol, conhecidas como “ovos de dragão”. Ao tocarem o solo, essas esferas iniciam a ignição com precisão cirúrgica, guiadas por planejamento via GPS. O resultado é uma queima controlada, rápida e segura, que pode cobrir centenas de hectares por dia.
Enquanto a queima tradicional exige que os brigadistas caminhem por terrenos muitas vezes perigosos, com calor, fumaça e riscos constantes, o dispositivo aéreo de ignição faz esse trabalho do alto. A segurança da tripulação e o aumento de escala territorial e temporal de atuação são a comprovação de eficiência do equipamento, que otimiza a atuação frente ao curto espaço de oportunidade das janelas (período propício) de queimas prescritas.
Na Ilha do Bananal, onde vastas áreas são inacessíveis por terra, essa inovação foi essencial. A operação aérea permitiu a criação de aceiros estratégicos em locais aonde o fogo chegava sem aviso, ameaçando ecossistemas inteiros e comunidades indígenas vulneráveis.
O fogo como ferramenta de combate a incêndios
A queima prescrita reduz a carga de material combustível (galhos secos, folhas, capim) e diminui significativamente o risco de grandes incêndios no auge da estação seca. Além de prevenir tragédias, essa técnica ajuda a manter o equilíbrio ecológico, estimula a regeneração natural da vegetação e contribui para o controle de espécies invasoras.
Mas tudo exige equilíbrio. A decisão entre utilizar o sling dragon e a queima tradicional é tomada com base em análises técnicas detalhadas: tipo de vegetação, condições climáticas, topografia, objetivos da queima e segurança da operação.
Assessoria de Comunicação Social do Ibama
imprensa@ibama.gov.br
61 3316-1015

