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Fiscalização flagra carga de animais exóticos provenientes da África
Carcaças de animais exóticos apreendidas no Aeroporto de Guarulhos (SP) - Foto: Divulgação/Ibama
São Paulo/SP (13/08/2025) – Uma ação conjunta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) resultou na apreensão de uma carga com carcaças de animais no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Em dois dias seguidos, 6 e 7 de agosto, foram encontrados múltiplos crânios e partes de espécimes de fauna em malas despachadas em voos provenientes de Doha, no Catar, e de Joanesburgo, na África do Sul.
As inspeções ocorreram após a passagem das bagagens pelo aparelho de raios-X, que identificou o conteúdo suspeito. Ao abrirem as malas, os fiscais encontraram animais silvestres mortos em avançado estado de decomposição, alguns decapitados e outros empalhados. O odor intenso indicava que parte da carga estava deteriorada há dias.
O levantamento do material apreendido revelou as seguintes cargas:
Origem: Doha, Catar, em 6 de agosto
- 20 passeriformes exóticos – carcaças inteiras;
- 12 morcegos do tipo raposa-voadora – carcaças inteiras;
- 9 falconiformes – cabeças e garras, decapitados com as patas;
- 6 cabeças de bagres;
- 19 cabeças de cobras;
- 61 ratos inteiros empalhados;
- 3 cabeças de canídeos;
- 4 cabeças de primatas;
- 5 cabeças de psitacídeos.
Total: 140 animais (partes) apreendidos
Origem: Joanesburgo, África do Sul, em 7 de agosto
- 2 abutres;
- 660 roedores silvestres pequenos empalados;
- 77 roedores silvestres maiores empalados;
- algumas cabeças de peixe.
Total: 739 animais (partes) apreendidos
Os responsáveis pelas cargas são cidadãos nigerianos residentes no Brasil, que receberam multas administrativas que totalizaram R$ 263,4 mil, com base no artigo 25 do Decreto nº 6.514/2008. Eles também responderão criminalmente por tráfico ilegal de fauna silvestre, crime previsto no artigo 31 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998), que prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.
A sequência de apreensões reforça a suspeita de que o aeroporto esteja sendo utilizado como rota estratégica para contrabando de espécies exóticas, especialmente da África e da Ásia, com o intuito de abastecer colecionadores e mercados ilegais. Trata-se de um alerta de riscos à saúde pública, já que animais transportados sem controle sanitário podem ser vetores de doenças virais, principalmente, ebola e hantavírus.
Além do crime ambiental, a entrada e saída clandestina desses animais representa risco grave à saúde pública, pois o transporte sem controle sanitário pode facilitar a disseminação de zoonoses e outras doenças transmissíveis.
Assessoria de Comunicação Social do Ibama
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