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ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
RAES reforça estratégia para fortalecer alimentação escolar na América Latina e Caribe
De 15 a 17 de julho, o XI Fórum Regional de Alimentação Escolar reuniu ministros, secretários, embaixadores, gestores e especialistas para debater avanços e desafios da política alimentar na América Latina e no Caribe. Promovido pelo governo de Honduras e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), em San Pedro Sula, o evento teve como destaque a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), que organizou um evento paralelo com alguns de seus países-membros presentes.
Criada em 2018, a RAES é uma iniciativa de cooperação Sul‑Sul trilateral desenvolvida pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), reconhecida como pilar para a extensão e fortalecimento de programas que contribuem para erradicar a fome e melhorar a nutrição de mais de 85 milhões de estudantes na região.
O FNDE foi representado por Karine Santos, coordenadora‑geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que destacou a importância da articulação na área. “A intersetorialidade é basilar para programas nacionais de alimentação escolar. A articulação de múltiplos atores que discutem aspectos específicos do programa gera impactos diretos na melhoria da execução. No Brasil, vale ressaltar a atuação da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, que reúne mais de 20 ministérios e promove coordenação entre órgãos e entidades na área.”
RAES: estratégia coletiva de grande alcance
O economista‑chefe da FAO e representante regional interino para a América Latina e o Caribe, Máximo Torero, apresentou o trabalho da organização na região e destacou a criação da RAES como elemento essencial desse processo.
“Os programas de alimentação escolar são decisivos: chegam a quem mais precisa, absorvem o impacto das crises e fortalecem a resiliência das comunidades. A FAO ajudou a criar mais de 23 mil Escolas Sustentáveis na região, promovendo hortas pedagógicas, compras locais e modelos que conectam alimentação, produção e desenvolvimento territorial”, afirmou, citando a experiência de Escolas Sustentáveis, presente em 14 países e apoiada pela Cooperação Internacional Brasil‑FAO.
Reunião dos países‑membros da RAES
Além de participar do fórum, a RAES promoveu uma sessão paralela com países‑membros e convidados. Najla Veloso, especialista sênior em alimentação escolar da FAO e secretária executiva da Rede, ressaltou a importância de espaços de diálogo e a necessidade de sinergias com instituições engajadas no tema. Estiveram presentes representantes de Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Honduras, Jamaica, Guatemala, Peru, Uruguai e Venezuela. O objetivo foi reforçar as articulações nacionais, regionais e globais em curso.
“A RAES quer seguir como parte ativa desse movimento, cujo objetivo é avançar para programas de alimentação escolar baseados no direito humano à alimentação adequada, que ofereçam frutas, verduras, legumes e refeições saborosas a todos os estudantes”, disse Veloso. “Apresentamos várias estratégias que já estão em implementação na Rede.”
Paola Barbieri, analista de projetos da ABC, reforçou o compromisso da instituição com a cooperação em alimentação escolar na região. “A Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES) é um mecanismo potente da cooperação para fortalecer programas de alimentação escolar em cada um dos países membros da Rede, ao mesmo tempo em que promove o estabelecimento de uma agenda regional e apoia o alcance do objetivo da Coalizão para a Alimentação Escolar.”
Compromisso político
Saulo Ceolin, coordenador‑geral de segurança alimentar e nutricional do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e co‑coordenador da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, destacou o apoio da Cooperação Internacional Brasil‑FAO aos programas de alimentação escolar na região desde 2009. Ceolin afirmou que esse trabalho articulado em rede contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e reforçou a importância do compromisso dos 18 países‑membros da RAES com o fortalecimento dessa política.
Com informações da RAES