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Gestão e Governança
FNDE reúne lideranças e apresenta entregas de 2025 e desafios para 2026
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), realizou, nesta segunda-feira (15), em Brasília, o Encontro de Líderes. A agenda reuniu 141 participantes, entre gestores, coordenadores, coordenadores-gerais e servidores recém-empossados, no auditório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A programação foi marcada pela apresentação do balanço das principais entregas de 2025, pelo debate dos desafios para 2026 e pelo fortalecimento de agendas prioritárias. Na abertura, a presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba, destacou que o encontro foi pensado como um espaço para “respirar, reconhecer o trabalho realizado e reafirmar o propósito de quem conduz políticas públicas que transformam a educação brasileira”, afirmou.
Entregas que chegam à ponta
O balanço apresentado evidenciou o impacto direto das ações do FNDE na vida de estudantes em todo o país. Mais de 437 mil crianças e jovens foram beneficiados, com a entrega de mais de 2 mil obras educacionais, incluindo ações do Pacto pela Retomada, iniciativa voltada à conclusão de obras paralisadas.
Segundo a presidente, o foco da atuação do FNDE vai além da execução física das obras. “Não adianta fazer só obra. É preciso chegar naquele Brasil que passa anos esquecido. Por isso, cuidar das escolas indígenas e quilombolas é uma obsessão do FNDE”, ressaltou.
Nesse contexto, foram destacados projetos voltados a povos e comunidades tradicionais, parcerias institucionais e iniciativas de escuta ativa e redesenho de processos internos, com o objetivo de reduzir a burocracia e ampliar o alcance das políticas educacionais.
Infraestrutura, transporte escolar e programas estruturantes
Entre os avanços apresentados, ganhou destaque o Programa Caminho da Escola, que registrou a maior ata de registro de preços da história do Governo Federal, com a oferta de 15 mil ônibus escolares. A alta demanda levou ao rápido esgotamento da ata, evidenciando a importância do programa para garantir o acesso à escola, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso.
Também foram apresentados os resultados do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), com obras educacionais em ritmo acelerado em diferentes regiões do país, além de ações estruturantes em políticas como o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). O FNDE realizou a maior compra de livros do ensino médio já registrada, incluindo materiais para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e para escolas públicas e comunitárias.
Alimentação escolar, agricultura familiar e nova política brasileira
A alimentação escolar ocupou posição central no encontro. A presidente reforçou o papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como política essencial para garantir o direito à educação e à segurança alimentar, especialmente para estudantes que dependem da escola como principal fonte de alimentação.
Entre os avanços, foi destacado o aumento do percentual mínimo de compras da agricultura familiar, que passará de 30% para 45% dos recursos do programa, além da redução do uso de alimentos ultraprocessados e do incentivo à oferta de refeições mais nutritivas e saudáveis.
Outro ponto relevante foi o avanço da Política Brasileira de Alimentação Escolar, iniciativa do FNDE já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e em tramitação no Congresso Nacional. A proposta busca fortalecer o caráter suplementar do programa federal e ampliar a corresponsabilidade de estados e municípios na oferta da alimentação escolar.
“Não é aceitável que o município ofereça apenas o que vem do Governo Federal. Alimentação escolar é uma responsabilidade compartilhada, e o FNDE está chegando junto para fortalecer essa política”, reforçou Pacobahyba.
Olhar para 2026: desafios e gestão qualificada
O encontro também apontou os principais desafios para 2026, com destaque para a necessidade de qualificar a gestão municipal, ampliar a assistência técnica e acompanhar a aplicação dos recursos. O Fundeb, principal financiador da educação básica, deve alcançar quase R$ 70 bilhões em 2026, o que exige ainda mais responsabilidade, monitoramento e capacitação dos gestores locais.
Temas como o fortalecimento do Fies Social, a otimização do Salário-Educação e a integração entre políticas educacionais e sociais também fizeram parte da agenda. Ao encerrar sua apresentação, a presidente reforçou a visão de futuro do FNDE como indutor de equidade, eficiência e impacto real na educação brasileira.
Para concluir o Encontro de Líderes, a programação contou com a palestra Ciclos e Recomeços, ministrada pela pesquisadora Branca Barão, especialista em desenvolvimento pessoal e liderança. A apresentação abordou o aspecto humano da liderança, destacando a importância de valorizar as pessoas, fortalecer o propósito institucional e construir uma gestão mais humanizada e conectada ao desenvolvimento das equipes.