Notícias
Dnocs levanta danos causados pela enchente nos perímetros de irrigação
Morada Nova teve prejuízo de R$ 797 mil com inundação do plantio de arroz.
A enchente de maio do rio Banabuiú rompeu diversos pontos dos diques
de contenção nas duas margens e inundou as plantações de arroz no
perímetro de irrigação Morada Nova, neste município. Ao todo, a água
levou 960 metros de diques, o equivalente a 10,8 mil metros cúbicos de
terra que protegia a área de cultivo, conforme levantamento feito
quinta-feira pelo Dnocs.
Francisco Rodrigues de Lima esperava colher em junho 8 a 10 toneladas
de arroz que plantou em dois hectares no setor O, lote D-4. Perdeu
toda a produção - calcula o prejuízo em R$ 6 mil -, e diz estar
preocupado com o volume de barro que encobriu o solo da área de
cultivo. "Só um trator de esteira para tirar esse barro", calcula.
Foram plantados 830 hectares de arroz na safra do primeiro semestre. O
prejuízo causado pela água que encobriu 223 hectares é estimado em R$
797.225, diz Geneziano Martins, presidente da Associação dos Usuários
do Distrito de Irrigação do Perímetro Irrigado de Morada Nova
(Audipimn). "Os produtores estão endividados", afirma ele.
Para o segundo semestre, o presidente da Audipimn previa o plantio de
2.237 hectares, produção de 15,66 toneladas de arroz e um faturamento
de R$ 10.180.716. Para ele, com os prejuízos causados pelas chuvas o
quadro é de "um verdadeiro Deus nos acuda". O perímetro tem 40% das
terras em Limoeiro do Norte e 60% em Morada Nova com 960 irrigantes
que cultivam arroz, feijão e pastagens.
Na enchente, 202 famílias tiveram de ser removidas para bairros não
alagados de Limoeiro do Norte. "As comportas de maré, os drenos e
coletores não suportaram a água acumulada. Caiu uma coluna de
sustentação no canal que abastece o Perímetro Q e outros sofreram
avariações", contabiliza a Adipimn.
O engenheiro Cícero Bento Fernandes Filho, do Dnocs, no relatório
técnico de avaliação dos prejuízos, recomenda elevar em 1,2 metro o
dique. Segundo ele, a proteção foi construída há 30 anos quando o
leito do rio era distante e não tinha o problema de assoreamento
existente hoje. O prejuízo à infraestrutura será especificado e orçado
no relatório pedido pelo diretor de Desenvolvimento Tecnológico e
Produção do Dnocs, Felipe Cordeiro, para o Ministério da Integração.
Eliano Lourenço Oliveira dos Santos, diretor da Adipimn, conta que
fica ilhado todo ano que tem 'inverno' grande. Este ano, segundo ele,
faltou 5 cm para a água do rio lavar por cima o dique que protege o
início do setor 'O' onde mora com a mulher e dois filhos. O pai dele,
Manuel Lourenço dos Santos avalia que o dique "não torou por sorte", e
reclama do técnico que realizou o trabalho da topografia no ano
passado sem ter conversado com as pessoas da comunidade.