Barragem Serrota, uma solução para desenvolvimento da irrigação de Pentecoste/CE

Em meio aos desafios impostos pelo sertão cearense, nasce a esperança em dias melhores para o povo da região do vale do Médio Curu, mais especificamente no município de Pentecoste. Nossa reportagem terá como base e ponto de apoio o livro “Pentecoste e sua história”, do autor José de Anchieta e Silva. Nas linhas foram narradas situações, causos e episódios que tornaram possível o sonho daquele povo que sofria com a escassez hídrica.

Em 1944, alguns engenheiros do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), ao estudar sobre acidentes geográficos, concluíram que seria fundamental construir uma barragem de pequeno porte em uma localidade estratégica na região. O local chamava-se Serrota. Perto dali, os especialistas observaram que haviam barragens com dimensões, as quais não assistiam às comunidades do distrito de Sebastião de Abreu/CE.

Então, o DNOCS iniciou a construção de um “pequeno oásis” para a comunidade do distrito de Sebastião de Abreu. A Barragem Serrota foi construída com cerca de 12 metros de altura de superfície. O reservatório considerado, desde sua concepção, de pequeno porte, teve como objetivo atender as necessidades de falta d’água das comunidades do entorno, além de conter as águas que descem pelos rios da região. Com capacidade de 4.571.000 m³ de volume de água, o reservatório foi a solução para o abastecimento de água e desenvolvimento da economia local por meio da irrigação.

.

No corrente ano, os trabalhos foram iniciados com quatro turmas de vinte homens, sendo o encarregado pelo começo das obras José Ferreira Lima. Os trabalhos não eram realizados somente por homens conduzindo caminhões, mas também por dezenas de jumentos que auxiliavam os trabalhadores transportando os materiais. Na época era comum ver esses animais fazendo serviços com pesos extremos. Uma verdadeira força tarefa. Assim, o açude foi erguido muito mais rápido do que se imaginava.

Em 1945 houve a troca do responsável pela construção da barragem. O novo encarregado, conhecido por “Seu Abreu”, logo recebeu ordens para mudar o local onde deveria ser construída a barragem. O novo local seria perto do acampamento, pois conforme estudos técnicos, a mesma não deveria ser construída no antigo local onde haviam sido feitas as sondagens, perto da confluência do Riacho do Paulo com o Rio Curu, distando cerca de três quilômetros do acampamento.

Já em 1946, começaram a construção das ombreiras (laterais do vale onde a barragem se apoia) para em seguida começar a fundação e o sangradouro, ambos ao mesmo tempo.
Após quatro anos do início das obras, em 1948, Seu Abreu foi transferido para Jaibaras (atualmente é o município de Aires de Sousa), e posteriormente a obra foi assumida pelo Sr. Francisco Cysne Ferreira Gomes que foi o responsável pela conclusão dos trabalhos do reservatório.

Saiba mais

Centro de Pesquisa Rodolpho von Ihering

Segundo dados da prefeitura de Pentecoste, a economia está baseada na agricultura. Os principais alimentos produzidos são: milho, feijão, mandioca, banana e coco. As atividades agrícolas são realizadas em áreas irrigadas próximas à faixa do rio Curu.

Em Pentecoste fica localizado um dos maiores centros de pesquisas ictiológicas da América do Sul. O Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering, o qual pertence ao DNOCS é de lá que são exportados alevinos de várias espécies e tecnologia de desenvolvimento de criatórios e reprodução para todo o estado e regiões Nordeste e Norte do país.

Serviço de Comunicação Social
Telefone (85) 3391-5121
E-mail: comunicacao@dnocs.gov.br