Operação Gota
A Operação Gota é uma estratégia de multivacinação destinada a garantir a imunização de populações que vivem em difícil acesso e remotas no território brasileiro na região da Amazônia Legal. O público-alvo inclui comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas e indígenas.
Trata-se de uma ação intersetorial de saúde pública, coordenada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), por meio do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), e realizada conjuntamente pelo Ministério da Defesa (MD), Força Aérea Brasileira (FAB), pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) e pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei). Essa articulação institucional assegura a capilaridade necessária para a execução das atividades em territórios de difícil acesso, superando desafios logísticos e operacionais.
Atualmente, a operação abrange áreas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas e Pará.
Objetivo e Importância
O objetivo central da Operação Gota é efetivar os princípios de equidade e universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS). A operação visa garantir que todos os cidadãos brasileiros tenham acesso às vacinas fornecidas pelo PNI, independentemente das barreiras geográficas.
Muitas comunidades-alvo residem em locais que não são acessíveis por rodovias ou hidrovias convencionais, ou cujo acesso demandaria dias de viagem. O apoio logístico aéreo é, portanto, fundamental para viabilizar a atualização das cadernetas de vacinação e evitar o recrudescimento de doenças imunopreveníveis e a ocorrência de surtos.
Vacinas disponibilizadas
A Operação Gota é uma ação de multivacinação. São disponibilizadas todas as vacinas que integram o Calendário Nacional de Vacinação do PNI, vacina Raiva Humana e vacinas de campanha.
Durante as missões, os profissionais de saúde avaliam o esquema vacinal de cada pessoa e a vacinação é realizada de acordo com a necessidade individual de iniciar ou completar os esquemas, assim como as indicações das campanhas vigentes e estratégia de vacinação pré-exposição antirrábica humana para as áreas atendidas pela Operação Gota conforme Nota Técnica nº 160/2024.
Vacinas fornecidas:
- 1. BCG – Contra formas graves de tuberculose
- 2. Hepatite B.
- 3. Pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B) – contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B
- 4. DTP (tríplice bacteriana) – Contra difteria, tétano e coqueluche.
- 5. dT (dupla adulto) – Contra difteria e tétano.
- 6. dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – contra difteria, tétano e coqueluche (gestantes).
- 7. VIP (Vacina Inativada Poliomielite).
- 8. Rotavírus humano (monovalente).
- 9. Pneumocócica 10-valente (conjugada).
- 10. Pneumocócica 23-valente.
- 11. Meningocócica C (conjugada).
- 12. Meningocócica ACWY (conjugada).
- 13. Febre amarela.
- 14. Tríplice viral (SCR) – Contra sarampo, caxumba e rubéola.
- 15. Tetra viral (SCR-V) – Contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
- 16. Varicela (monovalente).
- 17. Hepatite A.
- 18. HPV (papilomavírus humano) quadrivalente – Tipos 6, 11, 16 e 18.
- 19. Influenza (gripe).
- 20. COVID-19 – Conforme esquemas atualizados.
- 21. Profilaxia Pré-exposição antirrábica humana.
Logística e Execução
A operacionalização da Operação Gota exige um planejamento detalhado:
- Planejamento: São realizadas reuniões preparatórias com representantes dos programas estaduais de imunização, dos DSEIs, do Ministério da Defesa e do PNI.
- Definição de Rotas: Nesta fase, são priorizadas as localidades a serem atendidas conforme os critérios estabelecidos para a operacionalização da Operação Gota, sendo o principal critério de elegibilidade a ausência de visita da equipe de saúde às aldeias e comunidades nos últimos 6 meses. Em primeira reunião de planejamento, os pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) e as equipes de saúde analisam as coordenadas geográficas, definem a melhor época para as missões (considerando períodos climáticos e calendários culturais dos povos e comunidades) e estipulam as horas de voo e dias necessários.
- Transporte: São utilizadas aeronaves da FAB, como helicópteros e aviões de asa fixa, dependendo das condições de acesso às aldeias e comunidades.
- Equipes de Campo: As equipes que realizam as missões são compostas por agentes de saúde estaduais, municipais, de saúde indígena dos DSEIs e pelos pilotos da FAB.