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Eu quero me alimentar melhor
Cinco fatos para entender o impacto do consumo de ultraprocessados
Comida congelada, fast food, salgadinhos de pacote, refrigerantes, biscoitos recheados, carnes embutidas, macarrão instantâneo e por aí vai. São tantas as opções de alimentos ultraprocessados disponíveis no mercado que pode parecer que eles são as principais alternativas de consumo. Infelizmente, esses produtos estão cada vez presentes na sociedade, integrando a rotina alimentar dos brasileiros.
Muita gente costuma associar o consumo dos ultraprocessados ao ganho excessivo de peso, já que são produtos hiperpalatáveis que incentivam o consumo excessivo. Mas os impactos negativos dos ultraprocessados vão além da alimentação desequilibrada e da saúde. Existem razões que você nem imagina para evitar esses alimentos. Confira:
1 – Favorecem o surgimento de doenças
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados - que são formulações de ingredientes, em sua maioria de uso industrial exclusivo, tipicamente criado por uma série de técnicas e processos industriais - favorece a incidência de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer, além de contribuir para aumentar o risco de deficiências nutricionais.
2 – Favorecem o consumo excessivo de calorias
Conforme explica o Guia Alimentar, os alimentos ultraprocessados “enganam” os dispositivos que o organismo possui para regular o balanço de calorias. Esses dispositivos, situados no sistema digestivo e no cérebro, são responsáveis por fazer com que as calorias ingeridas por meio dos alimentos igualem as calorias gastas com o funcionamento do organismo e com a atividade física.
Dito de modo bastante simplificado, esses dispositivos tendem a subestimar as calorias que provêm de alimentos ultraprocessados e nesta medida, a sinalização de saciedade após a ingestão desses produtos não acontece ou só vem tardiamente.
Como consequência, quando você consome alimentos ultraprocessados, tende, sem perceber, a ingerir mais calorias do que necessita; e calorias ingeridas e não gastas acabam estocadas em no corpo na forma de gordura. O resultado é o excesso de peso e a obesidade e, consequentemente, outras doenças crônicas associadas a má alimentação.
3 – Prejudicam o meio ambiente
A produção, distribuição e comercialização dos ultraprocessados são potencialmente danosas para o ambiente e, conforme a escala da sua produção, ameaçam a sustentabilidade do planeta, conforme explica o Guia. Isso porque existem várias etapas associadas a eles que impactam no meio ambiente. Começando pelas embalagens que, na grande maioria dos casos, não são biodegradáveis, aumentando o descarte de resíduos na natureza e, consequentemente, a poluição.
Além disso, a demanda por açúcar, óleos vegetais e outras matérias-primas comuns na fabricação de alimentos ultraprocessados estimula produções que envolvem o uso de agrotóxicos, de fertilizantes químicos e de água, que em contrapartida reduz a diversificação da agricultura. Por falar na água, o uso dela em várias etapas da produção desses produtos é imensa.
Fora a problemática da produção, a distribuição e comercialização dos ultraprocessados envolve longos percursos de transporte e, portanto, grande gasto de energia e emissão de poluentes. Por fim, o Guia conclui que o impacto dos ultraprocessados na natureza é representado por: degradação e poluição do ambiente, redução da biodiversidade e o comprometimento de reservas de água, de energia e de muitos outros recursos naturais.
4 – Minimizam a cultura alimentar
Preparações culinárias e modos de comer particulares constituem parte importante da cultura de um povo. Existem receitas que são passadas de geração para geração, hábitos alimentares que representam a identidade local, alimentos que são tipicamente consumidos e produzidos em uma determinada região. Tudo isso faz parte da cultura alimentar, que tende a ser perdida pelo aumento do consumo de ultraprocessados.
5 – Impactam o trabalho dos pequenos agricultores
O consumo de arroz, feijão, milho, mandioca, batata e vários tipos de legumes, verduras e frutas tem como consequência natural o estímulo da agricultura familiar e da economia local, favorecendo assim formas solidárias de viver e produzir.
Os produtores locais trabalham por demanda. Sendo assim, quanto maior o consumo dos seus produtos, maior a geração de renda dos pequenos agricultores, aqueles que levam comida de verdade para a mesa dos brasileiros.
Sobre o Guia Alimentar do Ministério da Saúde
O Guia Alimentar para a População Brasileira é um instrumento para apoiar e incentivar práticas alimentares saudáveis no âmbito individual e coletivo. Foi feito para todos os brasileiros e brasileiras! Ele reúne um conjunto de informações e recomendações sobre alimentação que contribuem para a promoção da saúde de pessoas, famílias e comunidades e da sociedade como um todo, hoje e no futuro. Acesse agora para consultar todas as orientações e garantir mais saúde e qualidade de vida.
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