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INOVAÇÃO
Rio Grande do Sul terá nova UTI automatizada e hospital modernizado da Rede Nacional de Serviços Inteligentes do SUS
O Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre foi selecionado para receber Unidade de Terapia Intensiva (UTI) automatizada dentro da nova Rede Nacional de Serviços Inteligentes e de Medicina de Alta Precisão do SUS, apresentada pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (18). Além dele, o novo hospital do Grupo Hospitalar (GHC) será modernizado como hospital de excelência do SUS e contará com serviços inovadores estruturados a partir da implantação de tecnologias digitais e inteligência artificial.
A iniciativa prevê a instalação de 14 UTIs inteligentes interligadas em 13 estados com serviços totalmente digitais, monitoramento contínuo e integração entre equipamentos e sistemas de informação. As tecnologias permitirão prever agravamentos, apoiar decisões clínicas, otimizar avaliações e ampliar a troca de conhecimento entre especialistas.
Todas as unidades estarão conectadas a uma central nacional de pesquisa e inovação, integrada ao futuro Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, o primeiro hospital inteligente do Brasil. Além do Rio de Janeiro, as UTIs serão instaladas em Belém (PA), Manaus (AM), Dourados (MS), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).
A primeira etapa da proposta para a construção do hospital inteligente prevê um investimento de R$ 1,7 bilhão, viabilizado por meio da cooperação com o Banco dos BRICS. O Ministério da Saúde já entregou a documentação final para análise do pedido de financiamento. Com a aprovação da instituição, a expectativa é que os primeiros serviços da rede entrem em operação em 2026.
Com a parceria da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a participação de universidades e secretarias de saúde, oito hospitais serão modernizados, fortalecendo a rede de emergências e o cuidado em alta complexidade no SUS. Além do novo hospital do GHC, serão contemplados quatro hospitais federais do Rio de Janeiro, o novo Hospital Oncológico da Baixada Fluminense, o Instituto do Cérebro do Rio e o novo hospital da Unifesp, na capital paulista.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância estratégica da nova estrutura digital para a modernização da saúde pública. “Hoje estamos entrando em uma nova era de inovação do SUS. A implantação dessa rede nacional de serviços inteligentes tem um papel
enorme para a saúde brasileira, que vai permitir que a população tenha acesso ao que tem de melhor em tratamento médico. E, além disso, também vamos produzir conhecimentos, pesquisas e contribuir para que o sistema de saúde seja um destaque global”, frisou. A iniciativa faz parte do programa Agora Tem Especialistas, voltado à expansão do atendimento especializado da rede pública. O uso de tecnologias como inteligência artificial e big data pode reduzir em até cinco vezes o tempo de espera por atendimento de emergência, além de tornar o diagnóstico e a assistência especializada mais rápidos e precisos.
Primeiro hospital inteligente do Brasil
O Ministério da Saúde assinou na última sexta-feira (14) a cooperação técnica para a implantação do Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, que será o primeiro hospital inteligente do Brasil. O documento oficializa a parceria com a Faculdade de Medicina da USP e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que fará a cessão do terreno.
A expectativa é beneficiar cerca de 20 mil pacientes por ano. O hospital terá 800 leitos, sendo 250 de emergência, 350 de UTIs e 200 de enfermaria, além de 25 salas cirúrgicas. O início das operações está previsto para 2029, com a instalação de equipamentos, implantação dos sistemas digitais e treinamento das equipes.
A idealizadora do projeto do Hospital Inteligente de Urgência e Emergência, a professora titular de emergências da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ludhmila Hajjar, explicou como o projeto funcionará: “O instituto tecnológico será um piloto para a medicina de alta complexidade no SUS, que levará atendimento de qualidade, com transformação, inovação e aplicação de tecnologias emergentes no cuidado dos pacientes. Nossa expectativa é trazer um modelo sustentável e replicável nacionalmente com conceitos de inteligência artificial e integração de sistemas”.
A estrutura foi planejada para transformar o cuidado na rede pública de saúde com inteligência artificial para triagem mais rápida e precisa; telemedicina para ampliar o acesso a especialistas; ambulâncias 5G com monitoramento em tempo real dos sinais vitais dos pacientes; e cirurgias robóticas e medicina de precisão.
O Ministério da Saúde, além de viabilizar a construção da unidade, a partir do pedido de financiamento do BRICS, atuará na compra de equipamentos avançados e no custeio do seu funcionamento.
Ministério da Saúde