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Começa a edição Peru do programa Caminhos Amefricanos
Foto: Sáride Maita
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) desembarcou, na última segunda-feira (25), em Lima, no Peru, para a quinta edição do Programa de Intercâmbios Sul-Sul Caminhos Amefricanos.
No intercâmbio, os 50 docentes brasileiros que foram selecionados para a edição peruana participam de atividades como eventos acadêmicos, visitas em instituições de ensino, locais históricos e interlocuções com movimentos sociais. Dessa forma, puderam conhecer mais da história e cultura afro-peruana.
A comitiva do MIR foi liderada pelo secretário de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo da pasta, Tiago Santana: “Essa parceria do Ministério com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) traz orgulho não apenas para quem vivencia o intercâmbio, mas para todos que trabalham para que ele aconteça. Esse dispositivo proporciona experiências únicas a docentes, que se tornam multiplicadores de uma educação antirracista construída no diálogo com um país de grande riqueza étnica e cultural”, destacou.
Também foram parceiros o Ministério da Educação (MEC), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (Clacso).
Os intercambistas foram recepcionados pelo Ministro André Baker, representantes da Universidad Nacional Mayor de San Marcos e do Museo Afroperuano, na Embaixada do Brasil no Peru. Como parte da programação, o grupo pôde conhecer as instalações do Instituto Guimarães Rosa e do Museu Nacional Afroperuano, momento em que tiveram contato com a história de luta e resistência da população afro-peruana.
A comitiva ainda visitou o Congresso da República do Peru. “Para promovermos uma educação antirracista, é importante que tenhamos conhecimentos consistentes sobre a diáspora africana. É por isso que estar no Peru e conhecer a história de luta e desafios da população afro-peruana em prol da superação do racismo é tão importante para a qualificação de nossos docentes”, defendeu a coordenadora-geral de Justiça Racial e Combate ao Racismo, Kátia Regis.
O Programa está alinhado à Lei n° 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas instituições educacionais.
Nesse sentido, os intercambistas refletiram sobre como a Cooperação Sul-Sul pode impulsionar a promoção da igualdade racial durante o V Seminário Caminhos Amefricanos, na Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Na ocasião, os desafios na formação docente para a educação antirracista e emancipatória no Sul Global também esteve no centro dos debates.
Para Fátima Santana Santos, doutoranda na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), participar do programa vai trazer impactos positivos em sua vida. “Entendo este momento como significativo para minha carreira. Ter a oportunidade de entender as proposições metodológicas antirracistas de docentes de outro país da América Latina, como o Peru, vai me ajudar a pensar em outras propostas educacionais para a promoção da igualdade racial”, disse.
Na missão, a delegação brasileira também foi composta por representantes do Sebrae e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Representantes do Clacso também participaram das agendas.
Caminhos Amefricanos – Entre os dias 24 de agosto e 7 de setembro, 50 docentes – negros ou quilombolas da educação básica – estão imersos em uma experiência cultural no Peru.
Instituído pela portaria Interministerial nº 233, de 31 de julho de 2023, o programa é uma parceria do Ministério da Igualdade Racial com o MEC, a Capes e o Sebrae.
O Caminhos Amefricanos, programa de intercâmbios Sul-Sul realiza, a cada ano, intercâmbios em três diferentes países africanos, latino-americanos ou caribenhos com o objetivo de estimular a produção de pesquisas, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação para a programação da igualdade racial e de combate ao racismo no Brasil.