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Parceria entre ICMBio e Marinha do Brasil viabiliza projeto da nova estação científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo
O encontro aconteceu na capital federal, Brasília (DF) - Foto: Segundo-Sargento Josenilda/Marinha do Brasil
Na última sexta-feira, 10 de outubro, autoridades do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) e da Marinha do Brasil aprovaram o projeto arquitetônico da nova estação científica do arquipélago de São Pedro e São Paulo (SPSP), em Pernambuco. A estrutura deve ser construída e implantada até o final de 2026, renovando e modernizando as instalações de apoio à pesquisa realizada no arquipélago há mais de 20 anos, sob a gestão da Marinha. A apresentação do projeto aconteceu em solenidade na sede da Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (SECIRM) em Brasília (DF).
É a primeira vez que um recurso tão alto, R$ 7 milhões, é destravado para execução em um projeto de Unidades de Conservação (UCs) federais. O ICMBio participa da gestão do arquipélago desde 2018, quando toda a área das ilhas e 200 milhas náuticas em seu entorno foram protegidas por duas UCs: uma Área de Proteção Ambiental (APA) e um Monumento Natural (MONA).
O presidente do Instituto, Mauro Pires, participou da solenidade e destacou a importância das parcerias que viabilizaram a execução do projeto. “É um exemplo muito concreto de que, quando as organizações públicas e privadas trabalham com objetivos convergentes, nós podemos avançar”, colocou.
A nova estação
O projeto foi desenvolvido pelo laboratório de planejamento de projetos da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sob coordenação da arquiteta Dra. Cristina Engel de Alvarez, responsável pelo projeto das duas estações anteriores, em 1998 e 2008. Para esta construção, a equipe de pesquisadores dedicou-se ao longo de mais de um ano de estudo. A estrutura deve atualizar e promover ganhos à estação atual, além de continuar garantindo todas as adaptações necessárias ao caráter inóspito da ilha, localizada a 1.100 km do continente, em espaço reduzido e sob ação do mar revolto e até abalos sísmicos.
No projeto apresentado, destaca-se a pesquisa de novos materiais que vão substituir a atual estrutura de madeira para as paredes da estação, a estrutura de apoio até o farol, área de difícil acesso. A nova estação contará com alojamento, laboratório, dispensa, mergulhão, lavanderia e varandas. Além disso, será construído um novo abrigo de segurança (shelter) nas proximidades do farol, ponto mais alto da ilha.
Importância do arquipélago
O arquipélago, que está a uma distância de 1.100 km da costa brasileira, na altura da Linha do Equador, é formado por uma rara formação geológica: o afloramento do manto da terra.
A presença brasileira no arquipélago garante ao Brasil soberania em um raio de 200 milhas náuticas em seu entorno, o que significa que apenas o país pode explorar esta área - zona econômica exclusiva brasileira.
Além de ter um importante peso para a economia do país, a região também tem importância mundial para a biodiversidade marinha: estas ilhas foram confirmadas como uma das mais especiais em termos de endemismo no mundo, com espécies que só existem ali.
Destaque para as parcerias
Desde 2018, quando as UCs do arquipélago foram criadas, o ICMBio e a Marinha do Brasil dividem a gestão ambiental do território, trabalhando em contínua sintonia para garantir melhorias tanto para a pesquisa quanto para o monitoramento da atividade pesqueira que ali acontece.
Toda a logística para a instalação da nova Estação de Pesquisas na ilha será realizada pela Marinha do Brasil - uma operação delicada, que exige a expertise necessária, dadas as condições ambientais do arquipélago.
O contra-almirante da Marinha, Ricardo Jaques Ferreira, também destacou a especificidade da operação. “A ocupação garante ao país 455 mil km² de zona econômica exclusiva, uma área muito importante para a biodiversidade. É uma região que está sujeita a abalos sísmicos, problemas de ondas, de alagamento, e em função da distância, a logística é realmente muito difícil e exige muita ciência e marinharia”, destacou.
Na parceria para a execução deste projeto, ICMBio e Marinha contaram também com a Fundação Espírito-Santense de Apoio à Pesquisa (FEST), que formatou o projeto e tem feito o acompanhamento de cada etapa junto à UFES.
Com informações da Marinha do Brasil
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