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Nota oficial – Métodos de testagem das ararinhas-azuis e falsos negativos
Ararinha-azul sendo solta dentro do recinto após bateria de testes para circovírus. Foto: Miguel Monteiro
A origem do circovírus detectado nas ararinhas-azuis ainda é incerta e até que a emergência cesse, a prioridade do ICMBio é a contenção da disseminação do vírus, uma vez que este patógeno coloca em risco, além das próprias ararinhas, todas as populações de araras, papagaios e periquitos da região. Existem hoje, em Curaçá, 31 ararinhas-azuis com resultado positivo para circovírus em algum momento desta investigação epidemiológica.
Diversos especialistas em medicina veterinária nacionais e estrangeiros estão sendo consultados para apoiar as tomadas de decisão em relação à situação dos animais. As coletas de amostras têm sido feitas na presença de equipes especializadas dos órgãos responsáveis e o envio do material a laboratórios ligados a instituições reconhecidas, como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Universidade de São Paulo (USP), tem sido adequadamente acompanhado.
Dentre a variedade de testes disponíveis, o ICMBio tem utilizado aqueles mais rigorosos, que forneçam resultados mais seguros, com maior sensibilidade e menor possibilidade de resultados falsos. Além do teste laboratorial habitualmente realizado para detecção do circovírus (PCR convencional), testes complementares como o qPCR e o sequenciamento vêm sendo realizados, bem como o uso de testes duplicados ou triplicados, dando maior confiabilidade aos resultados, de modo que os resultados positivos devem ser considerados reais. Essa escolha tem sido corroborada por especialistas e publicações científicas atuais.
A interpretação dos resultados não é simples e resultados negativos após um exame positivo podem gerar a expectativa de que o animal esteja curado. Contudo, duas condições fragilizam tal conclusão: animais com infecção latente (que possuem o vírus no organismo mas não apresentam sinais clínicos da doença) e disseminação intermitente do circovírus (a liberação descontinuada de vírus pelo animal – ora libera, ora não).
Desta forma, conclusões precipitadas devem ser evitadas: nenhuma ararinha-azul positiva está necessariamente condenada, mas também não é certo dizer que, após um resultado negativo, elas estão curadas. O ICMBio segue tomando as medidas cabíveis frente ao caso e buscando as melhores parcerias, informações e técnicas disponíveis para minimizar a gravidade da situação.