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Nascimento de arara-azul-de-lear marca avanço na conservação da espécie no Parna do Boqueirão da Onça
Filhotes Bob e Canudense - Foto: Alan Moura
O nascimento de um filhote de arara-azul-de-lear na Área de Soltura de Animais Silvestres (ASAS) Boqueirão da Onça, localizada no Parque Nacional do Boqueirão da Onça, na Bahia, representa um marco importante para a conservação da espécie. O jovem Ziggy nasceu em janeiro e alçou seu primeiro voo em abril, após três meses de dedicação dos pais — um casal formado a partir de ações integradas de manejo reprodutivo e conservação.
O pai, Bob, nasceu em 2016 sob cuidados humanos na Fundação Loro Parque, na Espanha. Em 2019, Bob foi uma das seis araras transferidas para o Brasil, compondo o primeiro grupo de soltura da espécie. A mãe, conhecida como Canudense, nasceu em vida livre em 2017, no Raso da Catarina (BA), e foi monitorada desde filhote com anilha, microchip e GPS por pesquisadores do Projeto de Soltura da Arara-azul-de-lear.
Dois anos depois, Canudense foi resgatada debilitada em uma área de cultivo agrícola e reabilitada pelo Programa de Resgate da Arara-azul-de-lear, executado pela LoroVet Consultoria e pelo Criadouro Científico Fazenda Cachoeira. Em 2021, após um período de treinamento, foi reintegrada à natureza na ASAS Boqueirão da Onça, compondo o segundo grupo de soltura da espécie. Nessa fase, recebeu um novo equipamento de GPS, cujos dados vêm contribuindo para o conhecimento sobre a movimentação da espécie no Parque.
O nascimento de Ziggy é resultado direto da integração entre indivíduos de diferentes origens — um exemplar nascido sob cuidados humanos e outro nascido em vida livre — e reforça a importância da cooperação entre instituições nacionais e internacionais na restauração populacional da arara-azul-de-lear, espécie classificada na categoria Em Perigo (EN), segundo o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade – SALVE/ICMBio.
O Projeto de Soltura da Arara-azul-de-lear
O Projeto é executado pelo Grupo de Pesquisa e Conservação da Arara-azul-de-lear, em parceria com o Programa de Manejo Populacional da espécie, e envolve uma ampla rede de parceiros. Bob e Canudense foram enviados por instituições fundamentais no processo: a Fundação Loro Parque e o Programa de Resgate da Arara-azul-de-lear. Também colaboram com o envio de araras para treinamento e soltura o Zoológico de São Paulo e o Centro de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre (CECFau/SEMIL).
O sucesso reprodutivo registrado em 2024 é resultado de um esforço coletivo e contínuo, que conta com o apoio das seguintes instituições parceiras: Enel Green Power Brasil, BluestOne Brasil, CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), CECFau (Centro de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Cemafauna Caatinga (Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga), CEMAVE/ICMBio, Criadouro Científico para Fins de Conservação Fazenda Cachoeira, Cristina Dénes Arquitetura, Estación Biológica de Doñana, FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), Fundação Biodiversitas, ICMBio Paulo Afonso (Estação Ecológica do Raso da Catarina), INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia), Instituto Arara-Azul, Instituto Espaço Silvestre, Laboratório de Ecologia do Movimento (Eco Move), LATAM Airlines Brasil, Loro Parque Fundación, Loro Vet Consultoria, Max Planck Institute of Animal Behavior, MZUSP (Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo), NITRO Histórias Visuais, Programa de Resgate da Arara-azul-de-lear, Síntese Serviços Veterinários, Stiftung Artenschutz Species Conservation Foundation, UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), USP (Universidade de São Paulo), Zoológico de São Paulo, Zoo Praha e Der Grune Zoo Wuppertal.
Com informações do Parque Nacional do Boqueirão da Onça
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