Notícias
Maior trilha sinalizada da América Latina passa por quatro Unidades de Conservação Federais (UCs) do ICMBio
Sinalização garante informações seguras para visitantes - Foto: Diego Barros
A Amazônia brasileira irá abrigar a maior trilha da América Latina. Com quase 460 km, a Trilha Amazônia Atlântica atravessa o estado do Pará e terá seu lançamento oficial durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O percurso conecta diversas paisagens e comunidades, passando por sete Unidades de Conservação (UCs), sendo quatro delas sob gestão federal.
O projeto, que antes era restrito a trechos percorridos por aventureiros, agora poderá ser feito em sua totalidade, com mapas, sinalização e o apoio de moradores locais e empreendedores capacitados pela iniciativa. O traçado foi planejado para garantir o menor impacto ambiental possível.
A expectativa do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA) é que, no primeiro ano de abertura da trilha, 10 mil pessoas percorram o trecho, que poderá ser feito a pé ou de bicicleta.
Segundo a coordenadora-geral de Uso Público e Serviços Ambientais (CGEUP) do ICMBio, Carla Guaitanele, a Trilha Amazônia Atlântica é um exemplo emblemático de como as trilhas de longo curso podem aliar conservação, turismo sustentável, desenvolvimento local e participação ativa da sociedade civil. “O percurso conecta diversas unidades e comunidades tradicionais ao longo do nordeste paraense, promovendo uma vivência singular com a sociobiodiversidade da região”, comentou.
Para Carla, essa iniciativa representa para o ICMBio a concretização da Política Pública da RedeTrilhas e da Política Nacional de Incentivo à Visitação em Unidades de Conservação, que reforçam a importância da conectividade territorial, de saberes e modos de vida tradicionais por meio de trilhas e de experiências que aproximam as pessoas da natureza. Para ela, a integração entre natureza, cultura e pessoas é o que dá sentido à visitação em áreas protegidas e reafirma o papel do ICMBio na promoção de um uso público qualificado, participativo e sustentável.
“Além de fortalecer a conservação, a Trilha Amazônia Atlântica valoriza o protagonismo comunitário, incentiva a vivência intercultural e estimula a sociobioeconomia inclusiva com geração e distribuição de renda local, princípios centrais do Programa Natureza com as Pessoas, criado pelo ICMBio como mecanismo de implementação da política de visitação federal” complementou a coordenadora.
Conectividade para a Fauna e Rota para o Turismo Internacional
A estruturação da rota visa atrair o fluxo internacional que busca trilhas na Amazônia, turistas que hoje se concentram em destinos como Peru, Equador e Colômbia. O percurso também desempenha um papel fundamental na proteção dos ecossistemas.
De acordo com o diretor do Departamento de Áreas Protegidas do MMA, Pedro Cunha e Menezes, a interligação entre as UCs é crucial. “Essa política está fazendo com que a gente passe a ter corredores florestados entre as unidades de conservação, que são usados para o turismo e recreação, mas também pela fauna, para se movimentar entre as unidades de conservação, permitindo a sua migração”, explicou Menezes.
Percurso e Conservação
O trajeto da trilha atravessa sete unidades de conservação, das quais quatro são federais e geridas pelo ICMBio: as Reservas Extrativistas Marinhas Tracuateua, Caeté-Taperaçu, Araí-Peroba e Gurupi-Piriá. O percurso inclui ainda a Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém (APA Belém), o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) Metrópole da Amazônia e o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna, e passa por seis territórios quilombolas.
O trajeto permite ao visitante conhecer o modo de vida das populações extrativistas, como coletores de caranguejo e pescadores, e vivenciar a natureza atlântica da Amazônia, atravessando florestas, manguezais e campinas.
Veja os municípios que integram o percurso: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Isabel do Pará, Castanhal, Inhangapi, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, Santa Maria do Pará, Nova Timboteua, Peixe-Boi, Capanema, Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu.
O projeto é resultado do esforço conjunto entre comunidades tradicionais, voluntários e diversos órgãos, como o MMA, MTur, Embratur, ICMBio, Ideflor-Bio e a Conservação Internacional (CI).
Com informações da COP30
Comunicação ICMBio
comunicacao@icmbio.gov.br
(61) 2028-9280