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ICMBio participa de reconhecimento do Sistema Tradicional de Manejo Agroecológico da erva-mate sombreada pela FAO
O cacique Antonio Lima, líder da comunidade indígena Guarani do Rio d'Areia, com uma planta de erva-mate sombreada - Foto: Jorge de Souza/FAO
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participou da cerimônia de entrega dos certificados do novo Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM ou GIAHS, do inglês), realizada ao fim do último mês, na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma. Na ocasião, o Sistema Tradicional de Manejo Agroecológico da Erva-Mate à Sombra na Floresta com Araucária do Paraná foi reconhecido como Patrimônio Agrícola Mundial, tornando-se um dos dois sistemas brasileiros incluídos na lista global da FAO.
O reconhecimento destaca a importância da interação entre práticas agrícolas tradicionais, conservação da biodiversidade e valorização cultural. O sistema é resultado do manejo sustentável realizado por comunidades locais, em um modelo de geração de renda que preserva espécies nativas e mantém modos de vida associados à Floresta com Araucária. Há séculos, os povos indígenas e as comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, com base em práticas ancestrais e agroecológicas.
O ICMBio tem atuação na região por meio da gestão de unidades de conservação (UCs) federais como a Floresta Nacional de Três Barras e a Floresta Nacional de Irati, onde desenvolve ações de conservação, pesquisa, educação ambiental e incentivo ao uso sustentável da terra. O Instituto tem envolvimento direto em todo o processo da construção da candidatura, pois integra o Observatório da Erva-Mate, instituição proponente da candidatura SIPAM, ao lado de parceiros como CEDERVA, EMBRAPA, FETRAF, UEPG, IDR-PR e ECOARUACÁRIA.
O analista ambiental Anésio da Cunha Marques, que há anos acompanha o trabalho dos agricultores familiares na região, representou o Instituto na comitiva brasileira presente à cerimônia. Para ele, o reconhecimento SIPAM “traz maior visibilidade a um sistema que alia conservação ambiental, geração de renda e valorização cultural — um exemplo de conservação pelo uso”.
O ICMBio celebra o reconhecimento como um importante avanço na valorização dos sistemas agrícolas tradicionais brasileiros, reafirmando seu compromisso com a conservação da sociobiodiversidade e o fortalecimento de práticas sustentáveis junto às comunidades locais.
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