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ICMBio integra cultura, território e diálogo institucional no Mês da Consciência Negra
Religiosidade e ancestralidade marcaram a abertura do CapiAfro no Anfiteatro da Pedra Furada - Foto: Divulgação/Prefeitura de São Raimundo Nonato
O Mês da Consciência Negra encerra nesta semana, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em unidades de conservação de diferentes regiões do país e na sede, compôs atividades que reafirmaram o papel do Instituto como agente de preservação não só ambiental, mas também histórica, cultural e social. As ações fortaleceram o diálogo com comunidades tradicionais, valorizaram a contribuição negra na construção do Brasil e impulsionaram o compromisso institucional com equidade e representatividade.
CapiAfro: território, fé e ancestralidade na Serra da Capivara (PI)
No dia 21 de novembro, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, viveu um momento considerado histórico por suas comunidades tradicionais: a realização do I CapiAfro – Encontro de Terreiros do Território da Serra da Capivara, reunindo pela primeira vez, em plena Pedra Furada, lideranças religiosas, quilombolas e povos de terreiro em um espaço de celebração e retorno simbólico às raízes ancestrais.
A chefe do Parque, Dra. Marian Rodrigues, ao lado de autoridades locais e de representantes dos terreiros, realizou a abertura oficial do evento, saudando o reencontro com a “casa sagrada” onde natureza, espiritualidade e memória caminham juntas. O momento também celebrou uma conquista histórica: o reconhecimento do Quilombo Lagoas pelo presidente Lula, simbolicamente representado pela liderança quilombola Mestre Isaías.
Com cantos, rezas, rituais e partilhas comunitárias, o Encontro reafirmou o compromisso do Parque e do ICMBio com as tradições de matriz africana e com o fortalecimento dos vínculos socioculturais que sustentam a história da região.
Dia da Boa Prosa: representatividade e diálogo na sede da autarquia
Em 19 de novembro, a sede do ICMBio recebeu o Dia da Boa Prosa, iniciativa da Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial (DISAT), voltada a promover reflexões sobre protagonismo negro, combate ao racismo institucional e caminhos para ampliar a inclusão dentro da Instituição.
A diretora da DISAT, Kátia Torres, destacou a importância de trazer a diversidade brasileira para o centro do trabalho da autarquia, reafirmando o compromisso em acolher e implementar as propostas construídas coletivamente. Já Sérgio Freitas, coordenador-geral de Gestão Socioambiental (CGSAM), ressaltou avanços recentes na agenda racial da gestão ambiental pública, incluindo fortalecimento de políticas para comunidades quilombolas e ampliação do quadro de servidores negros.
Durante o encontro, foi apresentado o panorama étnico-racial atualizado da carreira de Especialista em Meio Ambiente: 44% dos 1.757 servidores permanentes se autodeclaram pretos ou pardos. Um número superior à média do funcionalismo federal brasileiro, reforçando um avanço concreto do ICMBio em direção à representatividade que reflete a diversidade da população do país.
As discussões resultaram em propostas como a criação de uma Política Racial Unificada do Instituto, o desenvolvimento de um Curso de Letramento Racial voltado à sociobiodiversidade e a estruturação de uma programação anual permanente dedicada às questões raciais.

- O encontro aconteceu na sede do Instituto, no setor sudoeste de Brasília/DF - Foto: Divulgação/DISAT
Festival de Valores Culturais da Natureza: arte, memória e legado negro no Parque Nacional do Iguaçu (PR)
Entre 7 e 23 de novembro, o 1º Festival de Valores Culturais da Natureza movimentou o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná. Com programação plural, o Festival trabalhou o entrelaçamento entre natureza, identidade e história afro-brasileira, destacando a contribuição negra para a construção da ciência, da proteção ambiental e da ideia de parques nacionais no país.
O festival homenageou André Rebouças, engenheiro, intelectual, abolicionista e patrono da criação dos parques nacionais no Brasil. Rebouças foi um defensor pioneiro da conservação da natureza articulada com justiça social — visão que inspirou o evento e dialoga com o papel do ICMBio no presente.
Ao integrar ancestralidade, cultura, território e gestão pública, o Instituto reafirma que a conservação ambiental só se completa quando reconhece, valoriza e dialoga com os povos que sustentam a memória e a diversidade do país.
Comunicação ICMBio
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