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ICMBio inicia 2º Ciclo de ações para conservar ambientes coralíneos brasileiros
Os ambientes coralíneos são formados por organismos construtores de recifes — como corais, algas calcárias e alguns invertebrados — que, ao depositarem carbonato de cálcio, criam estruturas rígidas que funcionam como “cidades submarinas”. Divulgação/Centro TAMAR
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aprovou o 2º ciclo do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos - PAN Corais, que contempla 53 espécies nacionalmente ameaçados de extinção, com vigência até novembro de 2030.
O objetivo geral do PAN Corais 2º Ciclo é promover o conhecimento, a conservação, recuperação e restauração dos ambientes coralíneos, suas espécies, e seus serviços ecossistêmicos, com o engajamento da sociedade e justiça socioambiental. O plano estabelece estratégias prioritárias de conservação de espécies de peixes e invertebrados aquáticos consideradas ameaçadas de extinção, constantes da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas.
Para alcançar o objetivo foram estabelecidas ações distribuídas em nove objetivos específicos: promover a pesca responsável; promover o turismo responsável; prevenir e mitigar os impactos negativos das atividades e empreendimentos que afetam os ambientes coralíneos; desenvolver e implementar estratégias de recuperação e restauração de ambientes coralíneos.
Outras ações são avaliar os impactos da mudança climática nos ambientes coralíneos e desenvolver e implementar estratégias de adaptação; prevenir a introdução e a disseminação de espécies exóticas invasoras e mitigar os seus impactos nos ambientes coralíneos; avaliar as fontes e níveis da poluição e promover seu monitoramento e controle nos ambientes coralíneos; elaborar e implementar estratégias de comunicação, educação, e engajamento social para a conservação dos ambientes coralíneos; e ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade nos ambientes coralíneos.
A Coordenação do PAN Corais 2º Ciclo fica a cargo do Centro TAMAR/ICMBio e, regionalmente, pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul - CEPSUL, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste – CEPENE e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Norte – CEPNOR.
Cabe à Coordenação de Planejamento de Ações para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção, da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade – DIBIO a supervisão de todo o PAN.
O Grupo de Assessoramento Técnico – GAT será constituído, em portaria específica, para acompanhar a implementação e realizar monitoria anual do referido Plano de Ação. As monitorias servem para revisão e ajuste das ações, com uma avaliação intermediária prevista para o meio da vigência do PAN e avaliação final do ciclo de gestão.
Espécies de peixes (40 espécies) contempladas no PAN Corais
Entre os peixes, 6 (seis) estão classificados na categoria CR (Criticamente em Perigo), como o tubarão-galápagos (Carcharhinus galapagensis), o tubarão-galhudo (Carcharhinus plumbeus), o mero (Epinephelus itajara), o Otophidium chickcharney, o cherne-poveiro (Polyprion americanus) e o budião-azul (Scarus trispinosus).
Outras nove espécies pertencem à categoria EN (Em Perigo), como o peroá (Balistes capriscus), o neon (Elacatinus figaro), o sirigado (Mycteroperca bonaci), o tubarão-limão (Negaprion brevirostris), o pargo (Lutjanus purpureus) e o budião-Zelinda (Scarus zelindae).
Já 25 espécies se encontram na categoria VU (Vulnerável), incluindo o tubarão-dos-recifes (Carcharhinus perezi), o tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum), os cavalos-marinhos (Hippocampus erectus, H. patagonicus e H. reidi), as raias mantas (Manta birostris, Mobula tarapacana), o cherne-verdadeiro (Hyporthodus niveatus) e diversos budiões e donzelas endêmicos dos recifes brasileiros, como Sparisoma amplum, S. axillare, S. rocha, Stegastes rocasensis, S. sanctipauli e S. trindadensis.
Espécies de invertebrados aquáticos (13 espécies) contempladas no PAN Corais
Entre os invertebrados, 3 (três) estão classificados na categoria CR: o coral-de-fogo (Millepora braziliensis), a Plexaurella obesa e o pepino-do-mar (Synaptula secreta).
Outras 2 (duas) espécies estão classificadas na categoria em perigo (EN): o búzio-de-chapéu (Eustrombus goliath) e o coral-vela (Mussismilia harttii).
E oito espécies são consideradas vulneráveis (VU), como os búzios (CassisMacrostrombus costatus), as estrelas-do-mar (Oreaster reticulatus e Linckia guildingii), a anêmona-gigante (Condylactis gigantea), o coral Millepora laboreli, o coral-cérebro-da-bahia (Mussismilia braziliensis), e o molusco Petaloconchus myrakeenae.