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Festival da Onça-pintada reforça compromisso do Parque Nacional do Iguaçu com a conservação do maior felino das Américas
Batuque do grupo Amigos da Onça animou participantes do Festival da Onça-pintada. Foto: Vinícius Boita/Parque Nacional do Iguaçu.
Nos dias 28 e 29 de novembro, o Parque Nacional do Iguaçu (PR) realizou, em parceria com o Projeto Onças do Iguaçu, o Festival da Onça-pintada, em celebração ao Dia Internacional de conservação do maior felino das Américas.
O Festival começou na sexta-feira (28), no Belmond Hotel das Cataratas, com o lançamento da nova identidade visual do Projeto Onças do Iguaçu e entrega de certificação para Empresas Amigas da Onça, reunindo profissionais dos setores de conservação ambiental, turismo e parceiros institucionais.
No sábado (29), Dia Internacional do felino, a celebração foi realizada no Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu, com atividades abertas ao público, incluindo pintura de rosto, batuque com o Grupo Amigos da Onça, feira com produtores Amigos da Onça, exposições artísticas e grafite.
À noite, a cerimônia oficial foi conduzida pela atriz Cristiana Oliveira, embaixadora da Onça-pintada no Brasil, após o reconhecimento nacional ao interpretar a primeira versão da personagem Juma Marruá — menina pantaneira que “virava onça”. A programação incluiu apresentações sobre a espécie na região, um balanço das ações de conservação, o anúncio de uma nova campanha e uma apresentação cultural do Maracatu Alvorada Nova. O evento teve o apoio da Urbia + Cataratas, gestora da visitação, e do Instituto Conhecer para Conservar.
Para José Ulisses dos Santos, chefe do Parque Nacional do Iguaçu, o Dia Internacional da Onça é um momento de celebrar as conquistas na conservação. “Esse foi um ano de muitas conquistas. Tivemos muito reconhecimento, visibilidade internacional e alcançamos muitos resultados de conservação para as onças-pintadas” comentou.
“Nosso trabalho é cuidar da natureza com as pessoas e é esse o trabalho que o projeto Onças realiza com o Parque Nacional do Iguaçu”, coloca o chefe do Parna.
Parque Nacional do Iguaçu, um refúgio para as onças
O Parna que abriga as Cataratas que são Patrimonio Natural da Humanidade, abriga uma das populações mais importantes de onças-pintadas (Panthera onca) do sul e sudeste do país. A presença da espécie no parque é considerada um indicador-chave da saúde da Mata Atlântica. Após décadas de declínio, o número de indivíduos voltou a crescer devido a ações contínuas de proteção e monitoramento do ICMBio e parceiros.
A coordenadora executiva do Projeto Onças do Iguaçu, Yara Barros, destacou o papel da comunidade na proteção das onças-pintadas. “A gente quer cuidar das onças e das pessoas que dividem essa terra com elas. A gente quer onças e pessoas dividindo a terra de uma maneira harmônica” comentou.
“Você tem que transformar as pessoas de espectadores do processo de conservação em atores. Trazer a gente falando: não são as onças do Parque Nacional do Iguaçu, são as nossas onças! Orgulho e responsabilidade de todo mundo, porque conservação é sobre pessoas”, reforça Yara Barros.
O Projeto Onças do Iguaçu é uma iniciativa do Instituto Chico Mendes em parceria com Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP) o Parque Nacional do Iguaçu, ambos sob seu guarda-chuva de gestão, o Instituto Pró-Carnívoros e a WWF Brasil. O projeto atua há oito anos com pesquisas, educação ambiental e estratégias de redução de conflitos entre humanos e fauna, com o objetivo de promover a coexistência entre as comunidades locais, o parque e as onças-pintadas.
A onça-pintada (Panthera onca)
Maior felino das Américas, carrega não apenas uma mística ancestral, mas também enorme importância ecológica em todos os biomas onde ainda resiste. Classificada como Quase Ameaçada (Near Threatened) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), organização responsável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, a onça enfrenta forte pressão de perda de habitat e conflitos com atividades humanas. No Brasil, vive principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e nos poucos remanescentes da Mata Atlântica, onde atua como predador de topo, regulando cadeias alimentares e garantindo a saúde dos ecossistemas.
