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No Rio de Janeiro, Príncipe William visita Unidades de Conservação geridas pelo ICMBio
Presidente do ICMBio, Mauro Pires, recebe Príncipe William no Rio de Janeiro - Foto: Geylson Paiva/ICMBio
A agenda climática global ganhou mais um capítulo de destaque no Brasil. Nesta terça e quarta-feira, 4 e 5 de novembro, o Príncipe William, herdeiro da coroa britânica, visitou três Unidades de Conservação (UCs) federais, pelas quais o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) responde. Foram elas a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim, a Estação Ecológica (Esec) da Guanabara, e o Parque Nacional da Tijuca, ambas no Rio de Janeiro.
Na semana que acontece a Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a ocorrer em Belém (PA), o Príncipe fez questão de conhecer presencialmente o trabalho do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pela proteção e restauração dos manguezais da Baía de Guanabara e de gerenciamento da maior floresta urbana replantada pelo homem no mundo, o Parque Nacional da Tijuca. Na terça-feira (4), a autoridade da coroa britânica foi recepcionada pelo presidente do ICMBio, Mauro Pires, a diretora de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Paula Prates, e servidores das Unidades de Conservação.
Manguezais: sumidouros de carbono e resiliência climática
Durante a visita, o Príncipe William pôde acompanhar o trabalho de restauração ecológica de manguezais na Baía, ecossistema fundamental na mitigação da crise climática por sua alta capacidade de captura de carbono (carbono azul). Ele também se encontrou com pescadores tradicionais, testemunhando a atividade de despesca (retirada de peixes e/ou camarões de viveiros ou tanques quando atingem o tamanho comercial) nos tradicionais currais de pesca da região.
O presidente do ICMBio, Mauro Pires, destacou a importância do encontro do Príncipe com os pescadores, na compreensão que a conservação da natureza não está apartada das pessoas. “Este trabalho é feito com apoio do Instituto, e conserva o meio ambiente a partir de uma atividade bastante sustentável. Tenho a certeza de que o príncipe viu que é sim possível aliar pesca e cuidado com a natureza, conhecer um pouco de como alinhamos conservação ambiental ao modo de vida das comunidades tradicionais”, disse.
A diretora de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Paula Prates, ressaltou que a visita também serviu para demonstrar ao Reino Unido as possibilidades de financiamento e cooperação conjunta. “Tive a oportunidade de falar para ele do nosso programa PROManguezal, lançado pelo presidente Lula em 2024, que é uma política pública abrangente que olha para esses ecossistemas. E aqui a gente mostrou na prática o que está acontecendo, em uma grande área de regeneração no fundo da Baía da Guanabara. É inacreditável quando a gente chega lá e vê aqueles manguezais enormes, já em plena recuperação”, relatou.
Além de acompanhar a pesca sustentável, o Príncipe realizou o ato simbólico de plantar mudas das três espécies de manguezal da Guanabara.
“Esperamos que a repercussão dessa atividade se desdobre na COP30, em Belém (PA), para destacar os esforços do governo brasileiro na proteção do nosso ambiente natural", colocou gerente da região sudeste (GR4) do ICMBio, Breno Herrera.
O papel estratégico das Unidades de Conservação
A visita abrangeu a Esec da Guanabara e a APA Guapi-Mirim, que criada em 1984 foi a primeira Área Protegida para manguezais no Brasil. A APA, com 14 mil hectares, abrange quatro cidades e tem como missão o ordenamento territorial, o planejamento e o uso sustentável.
Os manguezais protegidos por essas duas unidades funcionam como zonas de amortecimento contra a erosão costeira e barreiras naturais frente a desastres ecológicos. Além disso, servem como berçário e criadouro para uma ampla diversidade de espécies marinhas e terrestres, ajudam a purificar a água ao absorver impurezas e metais pesados e representam a principal fonte de sustento para muitas comunidades litorâneas.
No Parque Nacional da Tijuca, príncipe se deslumbra com a paisagem
O herdeiro do trono britânico deslumbrou-se em sua primeira visita ao Parque Nacional da Tijuca na manhã desta quarta-feira, durante o cumprimento de agenda do Earthshot Prize. William chegou pontualmente ao Parque, às 8h30, e se dirigiu ao Alto Corcovado, onde fica a estátua do Cristo Redentor, localizada dentro da UC.
Dentre as autoridades que receberam o príncipe, a Chefe do Parque, Viviane Lasmar, apresentou para William o projeto pioneiro de reflorestamento iniciado há dois séculos: a Floresta da Tijuca, que é a maior floresta urbana replantada do mundo. Na conversa, o príncipe disse que a floresta revela a real beleza da cidade, que não pode ser compreendida por quem ainda não visitou o Rio e não sabe como ela é deslumbrante. A chefe do Parque também entregou nas mãos do príncipe um exemplar do livro comemorativo “Parque Nacional da Tijuca”, do autor Vitor Marigo, que conta a história da área preservada pela ICMBio.
Junto com a chefe do parque estavam o prefeito Eduardo Paes e a embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq
William reforça elo verde da coroa britânica em visita ao Brasil
Nesta passagem pelo Rio de Janeiro, o príncipe cumpre uma agenda voltada exatamente pela sustentabilidade, que amanhã (5), no no Museu do Amanhã, será coroada pela cerimônia do Earthshot Prize, premiação de alcance internacional criada por ele em 2020. O prêmio distribui £1 milhão, cerca de R$ 6,5 milhões, entre cinco projetos que oferecem soluções inovadoras para a crise climática, e terá o Brasil como palco desta edição — um prelúdio simbólico para o protagonismo do país na COP30.
A presença de William reforça a longa atuação da coroa britânica em pautas ambientais. O Reino Unido vem ampliando parcerias com o Brasil em iniciativas de preservação, como o apoio de £7,3 milhões ao projeto AmazonFACE, que estuda os impactos das mudanças climáticas na Floresta Amazônica. Assim como o rei Charles III, conhecido por seu ativismo ecológico, o herdeiro mantém o engajamento da monarquia na busca por soluções sustentáveis globais.
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