Emergências ambientais
O ICMBio desempenha papel estratégico na prevenção, mitigação e resposta a emergências ambientais que afetam a fauna silvestre brasileira. Essas ocorrências incluem, entre outras, eventos de mortalidade em massa, resgates de indivíduos em situações de risco, incêndios florestais, rompimento de barragens, vazamentos de óleo e desastres naturais, como inundações e secas extremas. O instituto exerce ações tanto de forma direta, por meio de equipes de campo, quanto de forma coordenada, integrando esforços com órgãos ambientais estaduais e municipais, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, centros de triagem e reabilitação de fauna e instituições de pesquisa.
Em campo, as operações seguem protocolos técnicos para captura, contenção, transporte e tratamento da fauna afetada, com prioridade para espécies ameaçadas de extinção ou de importância ecológica relevante. Além da resposta imediata, o ICMBio também atua na fase de prevenção e preparação, realizando mapeamento de áreas vulneráveis, capacitação de agentes e implementação de planos de contingência. Esses planos incluem definição de rotas de resgate, pontos de atendimento emergencial e articulação prévia com redes de apoio técnico-científico.
O monitoramento pós-evento é outro componente essencial, permitindo avaliar impactos populacionais, alterações no habitat e riscos secundários, como a disseminação de patógenos ou invasão de espécies oportunistas. Essas informações subsidiam tanto o manejo adaptativo nas unidades de conservação quanto políticas públicas mais amplas para reduzir a vulnerabilidade da fauna frente a novos eventos extremos.
O RAN, com a coordenação da CGPEQ, atuou nos projetos de emergências relacionadas aos incêndios no Pantanal de 2020 a 2023, contabilizando animais mortos e realizando procedimentos de resgate de herpetofauna. O projeto está atualmente em revisão com uma nova proposta para monitoramento de espécies identificadas como vulneráveis aos incêndios, como a serpente endêmica do Pantanal Helicops boitata.
Em 2024, iniciou-se um projeto de emergências ambientais voltado para avaliação dos efeitos do desastre natural decorrente das mudanças climáticas na biodiversidade do estado do Rio Grande do Sul. O RAN é um dos Centros participantes com projetos voltados para o monitoramento de populações de espécies ameaçadas (Melanophryniscus admirabilis, M. macrogranulosus, M. cambaraensis e Liolaemus arambarensis) e modelagens de mudanças climáticas para identificação de áreas e espécies mais vulneráveis. Adicionalmente, uma proposta de projeto com quelônios da família Podocnemididae está em elaboração para avaliação de impactos das secas extremas da Amazônia sobre estas espécies.

