Programa Monitora
Monitorar a biodiversidade consiste em realizar um conjunto de atividades de longo prazo que permita avaliar as respostas de populações ou ecossistemas às práticas de conservação e aos impactos de fatores externos, como a perda de habitat, alterações na paisagem e mudanças climáticas. Por meio das ações realizadas no monitoramento, é possível desenvolver estratégias para mitigar as pressões sobre os ecossistemas.
O Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade - Programa Monitora, instituído pela Instrução Normativa ICMBio n.º 3/2017, e, reformulado pela Instrução Normativa ICMBio n.º 2/2022, engloba três subprogramas - Terrestre, Aquático Continental e o Marinho e Costeiro - com participação de mais de 110 Unidades de Conservação Federais dos diferentes biomas brasileiros.
No RAN/ICMBio, a equipe de Monitoramento da Herpetofauna, Emergências Ambientais, Geoinformação e Análises Ecológicas (MHEGA) é responsável pelo monitoramento de lagartos.
O que é o Programa Monitora?
O Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio – Programa Monitora – é uma iniciativa institucional de longa duração voltada ao acompanhamento do estado da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos nas Unidades de Conservação federais. Seu objetivo é gerar informações qualificadas para subsidiar a gestão, o manejo, a conservação de espécies ameaçadas e a adaptação às mudanças climáticas.
Atuação do RAN no Programa Monitora
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) participa ativamente do Programa Monitora em duas frentes complementares:
Monitoramento de Quelônios Amazônicos – Subprograma Aquático Continental
O RAN atua como centro de referência na conservação de quelônios continentais e, por meio de sua Área Técnica de Quelônios, apoia o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (CEPAM) — responsável pela coordenação do Subprograma Aquático Continental — no planejamento, implementação, sistematização e capacitação dos protocolos de monitoramento de espécies de quelônios.
Atualmente, quatro protocolos de monitoramento integram o programa: um protocolo básico (ninhos não protegidos) e três protocolos avançados (ninhos protegidos, populacional e consumo). O RAN colabora diretamente na elaboração dos projetos de amostragem, delineamento amostral, revisão de relatórios técnicos, sistematização de dados e demais atividades relacionadas à implementação do monitoramento nas Unidades de Conservação federais aderidas ao programa.
A execução das ações de campo e a supervisão das atividades comunitárias de monitoramento são de responsabilidade dos pontos focais das próprias UCs, capacitados por meio de cursos específicos. A coordenação técnica e administrativa é conduzida pelo CEPAM.
Pesquisa para Monitoramento – Subprograma Terrestre
O RAN também desenvolve protocolos e guias ilustrados para identificação de espécies, com foco no monitoramento de alvos complementares no Subprograma Terrestre do Programa Monitora. Estão em teste métodos de amostragem e de análise de dados voltados ao monitoramento de lagartos e anfíbios em Unidades de Conservação localizadas em ambientes campestres e savânicos.
O monitoramento de lagartos está sendo testado na Estação Ecológica do Raso da Catarina, no Parque Nacional da Serra da Capivara e no Parque Nacional de Sete Cidades (conheça um pouco das nossas atividades em campo).
Já o protocolo de monitoramento bioacústico de anfíbios está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio), com base em dados recentes coletados no Parque Nacional das Emas.
