Oficina de Planejamento do PAN Lagoas do Sul define estratégias para a conservação até 2030.

Entre os dias 3 e 7 de novembro de 2025, a cidade de Torres (RS) sediou a Oficina de Planejamento do 2º ciclo do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Sistemas Lacustres e Lagunares do Sul do Brasil (PAN Lagoas do Sul), promovida pelo ICMBio/CEPSUL.

O encontro marcou o início de uma nova etapa de integração e fortalecimento das ações voltadas à conservação dos ecossistemas costeiros do Sul do país. A atividade reuniu gestores de Unidades de Conservação, pesquisadores, órgãos ambientais estaduais e municipais, além de instituições governamentais especializadas em vegetação (CNCFlora) e em restauração ecológica (CBC). Também estiveram presentes entidades como EMATER, EPAGRI, IPHAN e EMBRAPA, bem como organizações da sociedade civil e representantes de povos e comunidades tradicionais — entre eles, pescadores, quilombolas, indígenas e assentados rurais.

Construção dos objetivos

Durante cinco dias de intenso trabalho coletivo, foram definidas as bases do novo ciclo do PAN Lagoas do Sul (2026–2030). As discussões envolveram o mapeamento das principais ameaças sobre a fauna e flora, a definição dos objetivos gerais e específicos e a elaboração da nova Matriz de Planejamento, além da formação do novo Grupo de Assessoramento Técnico (GAT), que acompanhará a execução das ações ao longo dos próximos anos.

 A nova fase do plano foi estruturada com base nos aprendizados e resultados do 1º ciclo (2018–2023), ampliando as estratégias de conservação e incorporando novas frentes de atuação. Foram delineadas ações diversificadas para mitigar impactos ambientais, restaurar habitats e fortalecer a relação entre conservação e modos de vida tradicionais, reconhecendo o papel das comunidades locais como protagonistas na proteção dos ecossistemas.

“O PAN Lagoas do Sul é um plano integrador, que conecta ciência, gestão pública e saberes tradicionais em prol da conservação da biodiversidade e da valorização das populações e seus territórios”, destacou a equipe técnica do CEPSUL.

Mais do que uma etapa técnica, a oficina reafirmou a importância da governança compartilhada e das articulações interinstitucionais como pilares de uma gestão efetiva e participativa. As trocas entre diferentes setores e comunidades demonstraram que a conservação das lagoas e lagunas do Sul do Brasil depende da harmonia entre equilíbrio ecológico, sustentabilidade e valorização sociocultural.

Mapeamento das ameaças

O PAN Lagoas do Sul abrange um território estratégico, que vai do arroio em Santa Vitória do Palmar (RS) até Florianópolis (SC), reunindo uma expressiva diversidade geológica, biológica e cultural. Essa região abriga espécies ameaçadas, ecossistemas frágeis e comunidades tradicionais que mantêm uma relação ancestral com as águas, a pesca e a paisagem costeira.

Com vigência até 2030, o novo ciclo consolida o compromisso do ICMBio em promover uma gestão integrada, participativa e orientada pela ciência e pela cultura local, articulando esforços de conservação, pesquisa, educação ambiental e valorização das comunidades tradicionais.

O CEPSUL agradece a todos os parceiros, instituições e comunidades que participaram da oficina e contribuíram com este processo de construção coletiva. Cada colaboração reforça o compromisso com a proteção das lagoas, de seus ecossistemas, de seus povos e de suas culturas.

📍 Local: Torres (RS)
🗓️ Período: 03 a 07 de novembro de 2025
🤝 Realização: ICMBio/CEPSUL