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Oficina de Avaliação do Risco de Extinção dos Crustáceos
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Processo de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira, promoveu, entre os dias 15 e 19 de setembro de 2025, a Oficina de Avaliação do Risco de Extinção dos Crustáceos. Os resultados desse processo subsidiam o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) na publicação da Lista Nacional Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção.
O evento foi realizado no Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará – UFC, em Fortaleza, e conduzido pelo ponto focal do ICMBio/CEPSUL, Harry Boos, e pelo coordenador de táxon dos crustáceos, Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP-IB/CLP). Contou com a participação de pesquisadores de diversas universidades e grupos de pesquisa, como UFC, UFRN, UFRB, URCA, UFAL, UFS, USP e UNESP.
Sistema SALVE e critérios internacionais
As avaliações foram conduzidas por meio do Sistema SALVE (Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade), plataforma desenvolvida pelo ICMBio que centraliza, organiza e disponibiliza informações científicas e técnicas utilizadas na análise do risco de extinção das espécies. Todo o processo segue os critérios e categorias internacionalmente reconhecidos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), assegurando comparabilidade global e rigor científico.
Panorama das espécies avaliadas
Durante a oficina, foram avaliadas 67 espécies de crustáceos, abrangendo diferentes grupos, como chama-marés, ermitões, caranguejos e siris, incluindo espécies de elevada importância socioambiental associadas aos manguezais, a exemplo do guaiamum (Cardisoma guanhumi) e do caranguejo-uçá (Ucides cordatus).As análises levaram em conta dados populacionais, distribuição geográfica, ameaças, uso e importância ecológica. Entre os cenários observados, destacam-se espécies que enfrentam pressões decorrentes da perda e degradação de habitats, poluição e captura excessiva, fatores que podem comprometer a manutenção de suas populações no médio e longo prazo.
Relevância para a conservação
O trabalho realizado contribui diretamente para a atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, além de apoiar políticas públicas de conservação, manejo sustentável e recuperação de estoques pesqueiros.
Papel do CEPSUL
O CEPSUL/ICMBio desempenha um papel fundamental nesse processo, atuando como ponto focal nacional para a avaliação de crustáceos, articulando especialistas, consolidando informações científicas e garantindo a qualidade técnica das análises. Essa atuação reforça o compromisso do Centro em promover a conservação da biodiversidade marinha e costeira, além de assegurar que o conhecimento gerado esteja a serviço da sociedade e da gestão ambiental no Brasil.
