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Ibama e UFSM avançam no monitoramento ambiental no RS após enchentes de 2024
Servidores do Ibama durante coleta para monitoramento ambiental no RS - Foto: Divulgação/Ibama
Porto Alegre/RS (22/10/2025) – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou, em outubro, uma nova etapa do monitoramento ambiental em áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, ocorridas em 2024. A ação, implementada em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), tem como meta avaliar a qualidade do solo e da água em áreas atingidas, fornecendo subsídios técnicos para a gestão e recuperação ambientais.
A força-tarefa foi conduzida pelo Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas (Ceneac) e contou com o apoio dos Núcleos de Prevenção e Atendimento às Emergências Ambientais (Nupaems) do Ibama em São Paulo, Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Sul, Tocantins, Amapá e Paraná. Também participaram, pelo Instituto, a Superintendência no Rio Grande do Sul, a Diretoria de Biodiversidade e Florestas (Dbflo) e a Diretoria de Qualidade Ambiental (Diqua). A UFSM, por sua vez, ficou responsável pelas análises laboratoriais das amostras coletadas, buscando nelas substâncias potencialmente poluidoras.
As equipes foram aos municípios gaúchos de Charqueadas, São Leopoldo, Esteio e Sapucaia do Sul, além de percorrerem quase toda a faixa litorânea até o município de Rio Grande. Ao todo, foram realizadas 98 coletas de amostras de solo e água, que serão analisadas para identificar possíveis alterações nas condições ambientais.
A campanha realizada em outubro foi a terceira de seis planejadas pelo Ibama para o monitoramento ambiental do estado após as enchentes.
Emergência climática em 2024
O Rio Grande do Sul enfrentou intensas enchentes decorrentes de chuvas com elevado volume pluviométrico, iniciadas no fim de abril do ano passado. Essas chuvas causaram deslizamentos de terra e inundações em diversos municípios gaúchos.
A emergência climática resultou em um trágico saldo de 183 óbitos, 806 feridos, 620 mil desalojados, 27 desaparecidos e cerca de 2,4 milhões de pessoas afetadas em 478 municípios gaúchos, além da destruição de infraestrutura, empresas, indústrias e residências, conforme dados atualizados em 25/04/2025, no Portal do Estado do Rio Grande do Sul.
Nas áreas atingidas, encontravam-se diversos empreendimentos que manuseavam e armazenavam substâncias químicas perigosas, com potencial poluidor. Devido à gravidade e à urgência da situação, em muitos casos, não foi possível aplicar as medidas de contenção necessárias, o que pode ter resultado na contaminação das áreas afetadas e regiões vizinhas.
Programa de monitoramento
O programa de monitoramento promovido pelo Ibama e pela UFSM foi formalizado por meio do Termo de Execução Descentralizada (TED) nº 6/2024, no valor de R$ 1.972.300,00, iniciado em julho do ano passado e com vigor até julho de 2026.
Por meio da parceria das instituições, serão realizadas 900 coletas, no total. As campanhas coletarão amostras para análises amplas e também detalhadas das áreas onde forem constatadas alterações nos parâmetros ambientais.
Uma análise geoespacial apontou que, pelo menos, 1.661 empreendimentos se encontram nas zonas atingidas pelas inundações na bacia hidrográfica do Lago Guaíba, representando potenciais fontes de contaminação ambiental.
Ao final, será desenvolvido e implementado um plano de comunicação para informar a população sobre os riscos de contaminação identificados e as medidas de mitigação adotadas. A divulgação clara e transparente dos resultados é essencial para garantir que as comunidades afetadas estejam cientes dos perigos e saibam como agir para proteger sua saúde e o meio ambiente.
Assessoria de Comunicação Social do Ibama
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