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Indígenas do oeste paulista selam acordo e Administração da Funai muda para o litoral
Na tarde desta segunda-feira (10), o presidente da Funai Márcio Meira recebeu em seu gabinete, em Brasília, os caciques da Terra Indígena (T.I.) Araribá, que, em 23 de julho, promoveram a ocupação do prédio da Funai em Bauru/SP, a 323 km da capital paulista, para protestar pela manutenção de um Núcleo de Apoio do órgão indigenista na região.
Meira ratificou que, conforme diálogo estabelecido há mais de um ano, será mantida a estrutura de Núcleo de Apoio em Bauru e a Administração Executiva Regional da Funai será transferida para o litoral, em Itanhaém/SP, atendendo à reivindicação da população Guarani, maioria no Estado. "Nunca houve dúvida da necessidade da presença de uma estrutura da Funai em Bauru. A criação de um posto foi um erro já reparado e conforme o pedido de vocês, o Núcleo ficará vinculado diretamente à Sede da Funai em Brasília", afirmou Meira.
No encontro, as lideranças indígenas propuseram que o cacique Anildo Lulu, da aldeia Tereguá, seja nomeado para conduzir as atividades do Núcleo em Bauru. A proposta foi aceita e encaminhada para consulta do Ministério do Planejamento, já que o indígena não é servidor e deverá assumir com um cargo de direção e assessoramento superior (DAS). Outra preocupação da comitiva indígena era com a vinculação do recurso à AER Itanhaém. "O recurso de Bauru é de vocês, e o de Itanhaém, aonde ainda será criada a unidade gestora, é dos Guarani", informou o presidente.
Como encaminhamento da reunião, os indígenas do litoral deverão indicar dois representantes que, com mais dois indígenas das comunidades da T.I. Araribá, irão acompanhar a comissão que providenciará o deslocamento de parte do patrimônio para Itanhaém. "O que é de Bauru fica em Bauru", disse o presidente. Márcio Meira terá um encontro com Marcos Tupã, representante das comunidades do litoral paulista, durante a reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), ainda nesta semana.
Os indígenas esclareceram, também, que a aldeia Nimuendaju será a única que ficará sob a jurisdição da AER Itanhaém. "Foi uma boa reunião, com entendimentos que esperamos que sejam cumpridos, porque a negociação foi às claras. Todo mundo saiu satisfeito", conta o cacique Anildo. Para o indígena, a estrutura do Núcleo poderá atender as comunidades da melhor forma possível, com o acompanhamento das lideranças. O grupo retorna amanhã à Bauru, "mais tranquilo, com certeza", afirma o cacique.