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SUSTENTABILIDADE
Em evento em Lisboa, secretário especial defende que a tecnologia está à serviço da sustentabilidade no Brasil
O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, participou nesta sexta-feira (12/11), em Lisboa, do seminário “Agronegócio Sustentável no Brasil”. No painel sobre comércio exterior e segurança alimentar, apresentou o tema “A Tecnologia a Serviço da Sustentabilidade”, destacando como a transformação digital tem impactado na sustentabilidade e na atração de investimentos para o Brasil.
Andrade falou sobre a estratégia do governo para facilitar o empreendedorismo no país, calcada em três pilares: liberdade econômica, melhoria do ambiente de negócios e reforma na legislação correlata ao tema. Nesse sentido, apontou que, desde 2018, o Brasil reduziu o tempo de abertura de empresas de cinco para menos de dois dias, sendo que o objetivo é chegar a seis horas. “Nós temos que diminuir o Estado e fazer as coisas ficarem mais fáceis para os cidadãos e para os empreendedores, e é isso que estamos fazendo no Ministério da Economia e no governo federal como um todo”, afirmou.
Na área de transformação digital, o secretário destacou os importantes resultados já alcançados em pouco mais de dois anos e meio e que vêm se constituindo, segundo ele, numa verdadeira revolução silenciosa. Atualmente, 72% dos serviços oferecidos pelo governo federal aos brasileiros (3.400 serviços) são totalmente digitais e podem ser acessados por meio da plataforma GOV.BR. “O número de usuários cadastrados na plataforma saltou de 1,8 milhão em 2019 para os atuais 115 milhões, ou seja, já alcançamos e ultrapassamos mais da metade da população do país. Isso é o começo de uma revolução”, informou.
Caio Mario Paes de Andrade deu alguns exemplos de serviços digitais de grande relevância para a população, como a Identidade Digital, o PIX – que mudou o perfil de crédito e o relacionamento do Estado com o cidadão –, e a Prova de Vida digital. Como resultado de toda essa transformação, o Brasil foi reconhecido recentemente pelo Banco Mundial como o 7º líder em maturidade digital no mundo. “É um grande orgulho, grande conquista nossa e do cidadão brasileiro”, declarou.
ESG e crescimento verde
No painel, o secretário falou ainda sobre a agenda ESG – sigla que se refere a parâmetros, métricas e práticas ambientais, sociais e de governança – que foi apresentada pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (11/11) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), em Glasgow.
O tema foi discutido em três painéis coordenados pelo secretário durante a programação do Pavilhão Brasil. Participaram das discussões representantes de nove instituições: UBS, Verde Ghaia, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), EIG, XP Investimentos, Banco Safra, BTG Pactual, A10 Investimentos e Pátria Investimentos, que abordaram como suas empresas estão investindo e como veem o Brasil nesse contexto.
“Conseguimos levar para a COP 26 a visão do investimento ESG, ou seja, a visão do crescimento verde. Fizemos vários painéis com investidores comprometidos com sustentabilidade e crescimento do Brasil”, ressaltou. Segundo ele, o Brasil já tem mais de R$ 400 bilhões investidos em projetos de crescimento verde, o que comprova que o país está avançando na chamada economia verde.
O secretário adiantou ainda que irá liderar, juntamente com os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um “ roadshow ” permanente para mostrar e dar suporte às conquistas do Brasil na área de ESG. “Precisamos mostrar o que estamos fazendo em termos de sustentabilidade e defender a atuação e os avanços do Brasil nessa área. Há uma percepção muito equivocada de que o Brasil não cuida da sua sustentabilidade, de governança, do social. Nós precisamos mostrar que nós queremos respeitar a floresta, respeitar o meio ambiente e gerar riquezas.
E uma dessas formas de fazer isso é através do Floresta+”, enfatizou, referindo-se ao programa e à plataforma digital lançada ontem, durante a COP26 para gerenciar o pagamento a pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem projetos de conservação em áreas de preservação permanente e reservas legais.
O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital finalizou o seminário ressaltando que as iniciativas do governo brasileiro em direção ao crescimento verde estão dando muitos frutos, com diversos investimentos e projetos em desenvolvimento. “Tudo o que a gente transforma em digital não volta para trás, só vai para frente. E o Brasil é verde”, concluiu.
Seminário “Agronegócio Sustentável no Brasil”
Também participaram do painel sobre comércio exterior e segurança alimentar a senadora Katia Abreu (PP-TO), que falou sobre o acordo de livre Comércio Mercosul-União Europeia; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, abordando o tema “Proteína animal: pilar das exportações do Brasil”; e o chefe da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agropecuária (FAO), Maximo Torero, que tratou da importância do Brasil para a segurança alimentar do mundo.
O seminário “Agronegócio Sustentável no Brasil” foi promovido pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados do Brasil, por intermédio de suas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Ao longo de dois dias, foram discutidas ações e medidas que contribuem para a mitigação do aquecimento global, a promoção do desenvolvimento sustentável e a transição rumo à economia verde.