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General Santos Cruz, comandante da Missão da ONU no Congo, explica funcionamento de operações de paz a internautas
Brasília, 17/12/2014 – Quase dois mil internautas acompanharam ao bate papo virtual promovido nesta terça-feira pelo Ministério da Defesa com o general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, atual comandante da Força de Paz na Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco).
Durante o hangout – primeiro promovido pela Defesa -, o general detalhou como foi a sua atuação no comando da missão de paz da ONU no Haiti e explicou a complexidade do trabalho que vêm sendo realizado no Congo, maior missão de pacificação da história das Nações Unidas.
Ao responder às perguntas de internautas sobre sua atuação no Haiti – considerada por muitos deles como “heroica” - Santos Cruz afirmou que a principal característica desse tipo de missão é o sofrimento humano.
Para Santos Cruz, por estar cotidianamente vendo pessoas em situação de pobreza, violência e profunda vulnerabilidade, não há a sensação de se estar realizando um ato de heroísmo.
“Simplesmente represento uma geração de oficiais do Exército que tem suas oportunidades, suas obrigações, e tenho certeza de que tive a chance de ser escolhido para essa tarefa que estou desempenhando. No Exército Brasileiro, existe um grande número de pessoas habilitadas para esse tipo de missão e eu me considero um privilegiado por ter essa oportunidade”, disse.
Confira, no player abaixo, a íntegra do hangout:
Ao falar sobre o trato com soldados de outras 18 nacionalidades que precisam obedecer aos seus comandos, o general explicou que sua receita é “seriedade e simplicidade”, e assegurou que a percepção do mundo em relação ao Brasil é um facilitador.
“Carrego a vantagem do prestígio que o Brasil possui, através de outros militares que já participaram de missões, da nossa diplomacia e do governo brasileiro, que se engajou completamente na missão do Haiti”, disse.
Curiosidades
O general Santos Cruz respondeu às diversas perguntas de internautas sobre curiosidades que fazem parte desse tipo de missão, entre elas, a um questionamento sobre um habito controverso já conhecido dele: o de comandar as tropas na linha de frente, junto com os soldados.
Santos Cruz esclareceu que adota tal postura, em primeiro lugar, para avaliar o risco efetivo ao qual estará submetendo a sua tropa. “Você não pode ser irresponsável nem inconsequente, mas você tem que, no mínimo, ser capaz de fazer aquilo que você está exigindo que os seus subordinados façam”, disse.
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Em segundo lugar, o general afirmou que ao se colocar na frente da tropa ele não está puxando o grupo, mas sim, sendo por eles “empurrado”. “Quando você está na frente com os soldados, normalmente as pessoas pensam que você está puxando a tropa, mas, na verdade, você está sendo empurrado porque a convivência com o pessoal mais novo ali na linha de frente é o que traz coragem para a gente. A tendência é a gente ir ficando mais nervoso, mas, quando a gente se mistura com o pessoal mais novo na linha de frente, isso nos traz mais coragem”, declarou.
A simplicidade do comandante chamou a atenção dos internautas que dispararam elogios nas redes sociais: “O senhor dignifica as Forças Armadas e distingue o Brasil”, disse Sóstenes Arruda. “General, parabéns pelo seu trabalho, creio que o mundo inteiro está muito satisfeito com o seu comando no Congo”, afirmou o internauta Raphael Rodrigues.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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