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SAÚDE COM CIÊNCIA
Ninguém é rastreado por Bluetooth após se vacinar
Foto: Internet
Parece brincadeira, mas não é. Grupos antivacinas compartilham mensagens nas redes sociais que afirmam que um “estudo na França” teria comprovado que pessoas vacinadas contra a covid-19 emitem sinais de Bluetooth e podem ser rastreadas. O conteúdo é falso e não tem qualquer embasamento científico. Apesar de parecer história de filme de ficção científica, é importante esclarecer os fatos.
A desinformação alega que voluntários vacinados e não vacinados teriam sido separados em campo aberto, sem interferências, e que “códigos” detectados seriam identificadores dos vacinados — o que permitiria rastreá-los “a qualquer momento”.
O que de fato aparece ao ligar o Bluetooth
Os códigos de letras e números exibidos na tela do celular são endereços Bluetooth de dispositivos eletrônicos próximos — como outros smartphones, fones de ouvido ou relógios inteligentes. Em ambientes com muitas pessoas, o aparelho apenas sintoniza os Bluetooths dos dispositivos com a função habilitada. Não há nenhuma relação com a vacinação.
Corpo humano não vira antena
Segundo a Fake News, as vacinas fariam o corpo “emitir e receber” sinais Bluetooth ou wifi, o que é totalmente fora da realidade. Corpos humanos não emitem sinais de rádio como dispositivos eletrônicos. Nenhum componente dos imunizantes transforma pessoas em transmissoras de Bluetooth.
Para um dispositivo transmitir um sinal Bluetooth, ele precisaria de vários componentes que não podem ser miniaturizados a ponto de passar por uma agulha: uma fonte de energia (bateria), um processador e uma antena. Nenhum desses elementos está presente nas vacinas.
Não tem chip, não tem grafeno, não tem ímã
Vídeos que falam em “grafeno”, “chip” ou “magnetização” também são falsos. As vacinas contra a covid-19 possuem apenas os componentes necessários para gerar resposta imune e manter a qualidade do produto. Nenhuma vacina autorizada no Brasil contém grafeno, ímãs ou materiais desconhecidos, e as bulas não listam esse tipo de substância.
Vacinas são aprovadas e monitoradas
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia a eficácia e a segurança das vacinas com rigor. A aplicação da vacina contra a covid-19 pelo Sistema único de Saúde (SUS) segue orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. Mesmo após a autorização e o uso em massa, a segurança segue sendo monitorada continuamente pelas autoridades brasileiras e internacionais.
Não caia em Fake News
Antes de compartilhar qualquer mensagem, pesquise a veracidade do conteúdo, especialmente quando parece muito fora da realidade. Ativar o Bluetooth do celular e ver códigos na tela não prova nada sobre vacinação; mostra apenas dispositivos eletrônicos por perto. Confira a fonte e pesquise em sites confiáveis narrativas como esta. Vacinas são seguras, aprovadas, monitoradas e continuam sendo a melhor forma de proteção contra doenças.
Teorias como essa, embora falsas, geram desconfiança e podem prejudicar a saúde pública. Confiar nas vacinas, que são rigorosamente testadas e monitoradas, continua sendo a ferramenta mais eficaz que temos para proteger a nós mesmos e a nossa comunidade.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são:
#Verificamos: É falso que ativação de Bluetooth no celular mostra pessoas vacinadas nas proximidades
É falso que vacinas são magnetizadas, possuem microchips ou até mesmo grafeno