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SAÚDE COM CIÊNCIA
Atenção: vacinas contra a covid-19 não são armas biológicas e a ciência comprova
Foto: Myke Sena/MS
Publicações que afirmam o contrário configuram desinformação, completamente dissociada da realidade científica que, recentemente, voltaram a circular em grupos e redes sociais
Vacinas contra a covid-19 são “armas biológicas”? Claro que isso é desinformação. O conteúdo circula nas redes sociais, mas é totalmente fora da realidade. A narrativa propagada não tem nenhuma sustentação técnica e ignora o amplo conjunto de evidências científicas produzidas por instituições sérias ao redor do mundo. As vacinas são seguras, eficazes e fundamentais para reduzir complicações graves e mortes causadas pelo coronavírus.
A mensagem enganosa cita supostos “89 estudos” para afirmar que os imunizantes seriam perigosos, causariam aumento da mortalidade, câncer e outras doenças, e que violariam tratados internacionais sobre armas biológicas. Nenhuma dessas narrativas é verdadeira.
O que são armas biológicas
Armas biológicas são agentes que provocam doenças propositalmente, podendo ser: vírus, bactérias, fungos ou toxinas produzidas por organismos vivos; liberados de forma intencional para causar dano a populações humanas, animais ou plantas.
Esse tipo de ameaça é rigidamente controlado por tratados internacionais e envolve patógenos capazes de gerar infecções reais e potencialmente letais. Vacinas fazem exatamente o oposto: protegem. São ferramentas de saúde pública, desenvolvidas para salvar vidas.
Vacinas de mRNA: como funcionam
As vacinas de mRNA não carregam vírus vivo, não causam infecção e não alteram o DNA humano. Elas funcionam como uma espécie de receita temporária:
- Entregam ao organismo uma molécula sintética de mRNA;
- Esse mRNA ensina as células a produzirem uma proteína do coronavírus, que por si só é inofensiva (não sendo capaz de causar a doença);
- O sistema imunológico reconhece essa proteína e passa a produzir proteção contra o vírus real;
- Cumprida sua função, o mRNA é naturalmente degradado pelo corpo.
Essa tecnologia, embora nova para o grande público, vem sendo estudada há décadas e passou por ensaios clínicos rigorosos antes da aprovação.
A vacina de mRNA da Pfizer recebeu registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro de 2022, depois de cumprir todas as etapas exigidas para comprovar segurança e eficácia.
Eventos adversos acontecem — mas são raros e monitorados
Como qualquer medicamento, vacinas podem causar reações adversas. A imensa maioria é leve e de curta duração, como dor no braço ou febre baixa. Já os eventos graves são raros, e cada um deles é investigado para determinar se realmente foi causado pela imunização.
No Brasil, esse monitoramento é contínuo e envolve o Ministério da Saúde, a Anvisa, o INCQS/Fiocruz e as secretarias estaduais e municipais de saúde.
Por que essas Fake News continuam circulando?
Mensagens falsas costumam usar dados isolados, descontextualizados ou manipulados para criar medo. A acusação de que vacinas seriam “armas biológicas” é um exemplo clássico: mistura termos técnicos, listas de estudos, linguagem alarmista e teorias conspiratórias para enganar leitores.
Mas a ciência já demonstrou, repetidamente, que vacinas:
- Salvam vidas;
- Reduzem hospitalizações;
- Diminuem a circulação do vírus; e
- Continuam sendo nossa melhor ferramenta contra a covid-19.
Prova disso é o fim da pandemia da covid-19 após a vacinação em todo o mundo. Os casos da doença e de mortes em razão da doença diminuíram ao ponto de ser decretada o fim da pandemia.
Não se esqueça!
As vacinas contra a covid-19 não são armas biológicas, não alteram o DNA, não aumentam a mortalidade e não representam risco maior do que a própria doença.
São imunizantes seguros, aprovados por autoridades internacionais, baseados em décadas de pesquisa e monitorados de forma permanente.
Diante da desinformação, a recomendação é sempre a mesma: desconfie de conteúdos sem fontes ou de fontes desconhecidas, busque fontes confiáveis e seguras para obter informações, consulte profissionais de saúde e não compartilhe conteúdos sem comprovação científica.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são: