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Número de fumantes cai 33,7% no Brasil desde 2006
O número de brasileiros fumantes vem caindo ano a ano, totalizando uma redução de 33,7% de 2006 a 2015, segundo dados comparados do Vigitel (Vigilância para fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico).
População de fumantes
Em 2006, ano em que o Brasil aderiu à Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), da Organização Mundial de Saúde, o país tinha 15,7% de fumantes na população acima de 18 anos (19,5% entre os homens, 12,4% entre as mulheres).
Em 2015, esses números baixaram para um total de 10,4% de fumantes (12,8% entre os homens, 8,3% entre as mulheres). A queda representa uma evolução significativa, pois o tabagismo é a doença evitável que mais mata no Brasil e no mundo. No Brasil, estima-se que sejam 200 mil óbitos a cada ano. Em 1989, segundo dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, 34,8% dos brasileiros com mais de 18 anos eram fumantes.
Os resultados são ainda mais expressivos se considerarmos que os tabagistas ativos estão fumando menos. Segundo o Vigitel, o número de fumantes que declaravam fumar 20 cigarros ou mais por dia caiu de 4,6% em 2006 para 3,1% em 2015.
Outro ponto positivo sublinhado pela secretária executiva da Comissão Nacional para o Controle de Tabaco, Tania Cavalcante, é que a queda do tabagismo desta vez foi maior na população com menor escolaridade e renda. Segundo ela, esse é o grande desafio de todos os países, pois na medida em que a prevalência de fumantes cai, a tendência é concentrar-se nas populações com esse perfil em função da falta de acesso à informação, a tratamentos para deixar de fumar e atividades educativas.
“O que aconteceu no Brasil foi que pela primeira vez tivemos esse resultado positivo com a queda de prevalência maior nessas populações do que naquelas com maior escolaridade e renda, nas quais já vinha caindo há muito tempo. Isso mostra o efeito de uma das medidas consideradas das mais efetivas pelo Banco Mundial, que é o aumento de preços e impostos para reduzir o tabagismo entre jovens e nas populações de menor renda e escolaridade. No Brasil, a partir de 2007, a Receita Federal – que também faz parte da CONICQ (Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco) – passou a adotar sucessivos aumentos do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre cigarros. A mudança mais efetiva foi adotada em 2011, quando passou a vigorar a política de preços mínimos para cigarros, que hoje estabelece o valor mínimo de R$ 5 para um maço”, explica.
Além da taxação dos cigarros em 85%, outras medidas implantadas ou intensificadas a partir da adesão ao tratado internacional foram a proibição de fumar em recintos fechados, a proibição da propaganda, que passou a abranger também os pontos de venda e o aumento do espaço de advertência sanitária nas embalagens.