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Região Sul intensifica ações de vigilância e vacinação contra febre amarela
O Ministério da Saúde recomendou aos estados e municípios da região a realização de ações para proteger a população, antes do período sazonal da doença, que ocorre entre dezembro e maio
Os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, com apoio do Ministério da Saúde, começam a realizar, neste mês de agosto, a execução de um cronograma de ações para intensificar a vigilância e a vacinação contra a febre amarela na Região Sul. A medida é preventiva e busca sensibilizar as equipes de vigilância, e vacinar a população a partir dos 9 meses de idade. O objetivo é que os municípios façam busca ativa de pessoas não vacinadas antes do período de maior incidência da doença, que ocorre de dezembro a maio. Além disso, o Ministério da Saúde pretende, junto com estados e municípios, fortalecer a vigilância de primatas não humanos (macacos).
As ações de vacinação irão ocorrer entre os meses de agosto a dezembro nos três estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Também integra o cronograma de ações a organização da rede assistencial, os protocolos de manejo clínico e a investigação epidemiológica em áreas estratégicas.
De acordo com o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Rodrigo Fabiano do Carmo Said, a ação é tripartite, envolvendo a pasta, a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná e os munícios da Região Sul. “Desde fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde vem promovendo capacitações com os estados da Região Sul. A partir desse trabalho, foram detectadas epizootias (morte em macacos), o que ascendeu alerta à necessidade de intensificação, até novembro e dezembro, das ações de vacinação no Sul. Precisamos aumentar as nossas coberturas vacinais”, explicou Rodrigo Said.
A estratégia de vacinação, na Região Sul, terá a ampliação da faixa etária do público-alvo a ser vacinado. A recomendação é que a vacinação se estenda às pessoas acima de 60 anos, uma vez que estão em locais com evidências de circulação viral (epizootia, casos humanos ou vetor infectado). Neste caso, caberá aos serviços de saúde avaliarem o risco/benefício da vacinação para esse público. Para as pessoas que viajam para áreas onde a vacina é recomendada, a orientação é tomar a dose pelo menos 10 dias antes da viagem.
Neste ano, o Governo Federal já enviou 9,9 milhões de doses da vacina contra a febre amarela para todo o país. Desse total, 5,9 milhões de doses foram destinadas à Região Sul. A vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e está disponível nos mais de 37 mil postos de vacinação do país.
Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única da vacina, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), respaldada por estudos que asseguram que uma dose é suficiente para a proteção por toda a vida.
VIGILÂNCIA
A detecção da circulação do vírus na Região Sul ocorreu no início deste ano, no Paraná, no mês de janeiro; em Santa Catarina, em março. Em 2019, até o dia 31 de maio, foram confirmados 85 casos e 15 óbitos pela doença no país, sendo 14 casos e 3 óbitos na Região Sul. A maior parte dos infectados são jovens adultos do sexo masculino, que moram ou trabalham em áreas rurais.
A partir dos casos, em humanos e em primatas não humanos, e da previsão das prováveis rotas de dispersão do vírus em 2019/2020, o Ministério da Saúde juntamente com estados e municípios alinharam estratégias para orientar as ações de vigilância, e ampliar a cobertura vacinal na região.
Por Jéssica Cerilo, da Agência Saúde
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