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SUSTENTABILIDADE
Selo Verde avança para certificar chapas de alumínio e polietileno verde
O programa Selo Verde Brasil deu mais um passo para a normatização e a certificação de produtos comprovadamente sustentáveis. Com a entrega da norma mãe elaborada pela ABNT, prevista para dezembro de 2025, e a posterior elaboração de normas específicas, alguns produtos, como chapas laminadas de alumínio e polietileno verde, poderão obter a certificação até meados do ano que vem. O programa é de responsabilidade da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Representantes da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) participaram na sexta-feira (17/10) do Workshop “Selo Verde Brasil: oportunidades para os Organismos de Certificação”, promovido pelo MDIC em parceria com ABNT e Inmetro.
O encontro contou com apresentações de detalhes e das ações em andamento para que o programa seja operacionalizado até junho de 2026.
Os projetos pilotos deverão contemplar chapas laminadas de alumínio e o polietileno verde, ambos produtos da indústria de transformação que contam com uma baixa pegada de carbono e que são de importância estratégica para diversos setores do mercado.
O alumínio, por exemplo, tem um longa cadeia de mineração, refinamento e produção de materiais em setores como bens de consumo (equipamentos eletrônicos, computadores, celulares etc.), embalagens, transportes, construção civil e eletricidade.
Já o polietileno verde, produzido principalmente do etanol derivado da cana de açúcar, contribui para a redução da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera ao capturar dióxido de carbono, na fase de cultivo da cana, podendo remover até 2,5 toneladas de CO₂ da atmosfera por tonelada produzida.
Outra característica compartilhada pelas chapas laminadas de alumínio e pelo polietileno verde diz respeito à contribuição que oferecem à economia circular. De acordo com a Abal, 57% do consumo do alumínio deriva de material reciclado. Já a Abiquim destaca a reciclabilidade do plástico e de outros produtos químicos derivados do polietileno verde, que incentivam a descarbonização do restante da cadeia produtiva.
A adesão das chapas laminadas de alumínio e do polietileno verde ao programa Selo Verde Brasil é vista tanto pela Abal quanto pela Abiquim como uma forma de reposicionarem seus produtos como materiais estratégicos. Ambas também acreditam que o Selo Verde favorecerá a competitividade de seus produtos no mercado interno e internacional.
O Programa Selo Verde Brasil foi instituído pelo governo federal em junho de 2024 com o objetivo de elaborar diretrizes nacionais para a normatização e a certificação de produtos que atendam, comprovadamente, a requisitos de sustentabilidade pré-definidos. A medida se alinha à missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), que trata da bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energéticas.