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NOVA INDÚSTRIA BRASIL
Alckmin participa com Lula de cerimônia para a retomada de programa para renovação de frota da Petrobras
Em visita ao Terminal da Transpetro de Angra dos Reis (RJ), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que “a indústria naval é soberania nacional, tecnológica e estratégica” para o país e para o parque industrial brasileiro. Segundo ele, investir nessa indústria estimula o desenvolvimento, porque “está na vanguarda da ciência e gera dezenas de milhares de empregos.”
Acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin participou da cerimônia que marcou a retomada do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, nesta segunda-feira (17/2). Em seu discurso, o presidente Lula enalteceu o fato de que a Petrobras forte é importante para a soberania do país. “Quanto mais forte é a Petrobras, mais forte será o Brasil. Quanto mais forte for o Brasil, mais forte é a Petrobras, e vamos continuar construindo navios, construindo sondas, construindo plataformas, pesquisando o petróleo, produzindo o petróleo, refinando o petróleo, porque esta é uma missão que está na mão de vocês da Petrobras”, acrescentou.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, por sua vez, citou uma frase de Martin Luther King, sobre a formação da sociedade americana, para dizer que ela é originária de vários povos. “Cada um de nós veio de um navio diferente, mas agora, estamos todos no mesmo barco, destacando a importância do sentimento de comunidade e de unidade que deve nos unir para trabalhar pelo país”, acrescentou.
A renovação da frota faz parte dos objetivos do governo federal de soberania nacional e estão em linha com a missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada há um ano pelo presidente Lula e coordenada pelo MDIC. A Missão 6 reúne projetos de tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais.
No evento, Petrobras e Transpetro assinaram protocolos de intenções para reaproveitamento de plataformas da Petrobras e um edital de licitação para aquisição de oito navios gaseiros para a Transpetro. O objetivo das iniciativas é gerar um círculo virtuoso de novos investimentos e oportunidades, fortalecendo a cadeia produtiva e industrial do país.
A renovação da frota foi viabilizada pela Lei nº 15.075/2024 e o Decreto nº 12.242/2024, que estabeleceram quotas diferenciadas de depreciação acelerada para navios-tanque novos produzidos no Brasil, minimizando a dependência externa de importações desses navios-tanque. Com o benefício fiscal da depreciação acelerada, empresas do setor podem deduzir mais rapidamente os custos de aquisição e manutenção de navios-tanque, tornando os investimentos na frota marítima desse segmento mais atraentes.
Participaram também da cerimônia o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, e representantes da indústria naval e offshore.
"A expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de empregos e ampliem a participação da indústria brasileira no setor naval e offshore. A contratação dos gaseiros para ampliação da frota da Transpetro está em linha com o aumento gradativo da nossa produção de gás natural e vai proporcionar menor exposição aos afretamentos”, ressalta a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Para o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, a segunda licitação do TP 25 evidencia o novo horizonte de crescimento da companhia. “Com essa contratação, vamos aumentar de seis para 14 o número de navios da nossa frota de gaseiros, ampliando a capacidade de transporte de 36 mil para até 108 mil metros cúbicos. Vamos consolidar a Transpetro como maior armador brasileiro no transporte de gás, fortalecendo a companhia em um segmento que possui grande importância para o Sistema Petrobras e para todo o Brasil”, afirmou Bacci.
Segundo a companhia, os oito navios gaseiros têm capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos. Essa contratação vai triplicar a capacidade da Transpetro para transportar GLP e derivados e vai permitir à companhia carregar amônia. A ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, leva em conta o aumento de produção de gás natural no país e visa atender a demanda da Petrobras na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na Região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
Já o reaproveitamento de plataformas surge como uma alternativa estratégica e vem em um cenário em que a gestão de ativos de produção, especialmente no setor de óleo e gás, se tornou cada vez mais relevante no contexto da sustentabilidade e da circularidade.
A indústria naval e o setor portuário brasileiro encerraram 2024 com o melhor resultado em mais de uma década. O segmento fechou o último ano com R$ 30,8 bilhões aprovados para mais de 430 novos projetos, incluindo construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias, impulsionado pelos recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM).
Fotos: Ricardo Stuckert / PR