Segundo o Comtrade, plataforma de dados globais das Nações Unidas (ONU), existem muitas razões válidas pelas quais as exportações relatadas por um país podem não coincidir com as importações relatadas por seu país parceiro. Isso é especialmente comum se olharmos para o nível detalhado de commodities. Além disso, os dados são relatados independentemente por administrações de dois países diferentes.
As principais razões para as diferenças encontradas nos dados estão relacionadas com a própria natureza do processo de comercialização, tais como:
As importações geralmente são declaradas em CIF e as exportações em FOB;
Defasagem temporal entre exportações e importações, mercadorias que saem do país A em 2022 podem chegar ao país B apenas em 2023, por exemplo;
Mercadorias com passagem por países terceiros;
Mercadorias que ficam em entreposto aduaneiro por vários meses;
Mercadorias classificadas de formas diferentes;
Uso do país de remessa em vez do país de origem ou de destino final;
Países com diferentes sistemas de comércio (Sistema Geral versus Sistema Especial de Comércio);
Mercadorias que passam por zonas de processamento industrial podem ou não ser registradas pelo país exportador.
As recomendações internacionais (IMTS-2010 ONU) quanto à atribuição do país parceiro são: “País de Origem” para importações e “País de Destino Final” para exportações. Se tudo correr bem, eles devem corresponder. Como mencionado anteriormente, existem muitas razões pelas quais as importações e exportações acabam sendo diferentes. Em geral, pode-se afirmar que os dados de importação costumam estar mais próximos da recomendação internacional (País de Origem) do que os dados de exportação (País de Destino Final) porque (1) O destino final pode não ser conhecido no momento da exportação e (2) o País de Origem é verificado mais de perto devido aos regulamentos tarifários.