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REFORMA AGRÁRIA
Assentamento Soberania Popular será entregue amanhã, em Petrolina/PE
Publicada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, a decisão destina 600 hectares do imóvel rural Barra do Bebedouro para assentar 100 famílias, marcando uma vitória histórica para trabalhadores e trabalhadoras que há anos reivindicam o direito constitucional à terra.
Mais do que um ato administrativo, o Soberania Popular torna-se um marco simbólico: será o primeiro assentamento criado desde a recriação da Superintendência Regional do Incra no Médio São Francisco, fortalecendo a presença institucional do órgão na região. A solenidade oficial de criação está marcada para esta quarta-feira (27), às 11h, em Petrolina, na sede do novo assentamento, localizado em frente ao Mansueto de Lavor, reunindo autoridades, trabalhadores rurais e parceiros da agricultura familiar.
A área em questão foi doada ao Incra pela Codevasf em agosto de 2025 e será utilizada exclusivamente para fins de reforma agrária. Localizado em uma região estratégica, o assentamento terá como vizinhos os municípios pernambucanos de Lagoa Grande, Afrânio e Dormentes, além das cidades baianas de Casa Nova e Juazeiro.
O processo de criação do assentamento é fruto direto da mobilização social. O chamado Acampamento Embrapa tornou-se, nos últimos anos, símbolo da luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no semiárido.
Em 2024, o Incra realizou um levantamento detalhado no acampamento, a ação foi considerada um marco para dar visibilidade à realidade local e preparar as bases para os assentamentos futuros. Agora, com a criação do Soberania Popular, 100 famílias terão acesso à terra, à água e às condições estruturais necessárias para produzir alimentos e construir uma vida digna.
O assentamento é também um passo para o fortalecimento da economia regional, já que representa uma nova frente de desenvolvimento rural sustentável no semiárido pernambucano. Haverá assinatura de 146 contratos de crédito habitação somando um investimento de R$ 10 milhões.
Mais do que números e portarias, a criação do Assentamento Soberania Popular representa esperança: a conquista do direito de viver e produzir no campo, resultado de anos de luta coletiva e da atuação do Estado em resposta às demandas sociais.