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Segundo e terceiro dias da 5ª Conapir tiveram manifesto social e construção de propostas de fortalecimento da democracia
FOTO: Thiago Sousa/MIR
Até a próxima sexta-feira (19), a 5ª Conferência de Promoção da Igualdade Racial reúne povos indígenas, quilombolas, ciganos, juventudes negras, representantes de comunidades de matriz africana e de terreiro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Na terça-feira (16), a apresentação do grupo Sambadeiras de Bimba deu início às atividades do segundo dia de realização do evento. O receptivo cultural fez um resgate do samba de roda do Recôncavo Baiano, celebrando ancestralidade e força feminina em performances de canto, ritmo e dança, em um dia em que os participantes tiveram atividades como Grupos de Trabalho e votação do regimento interno.
Delegadas, delegados, convidados, observadores e visitantes puderam participar das plenárias da etapa nacional e dos nove grupos de trabalhos para construir propostas que dialoguem com o fortalecimento da democracia no Brasil.
Os grupos de trabalho 1, 2 e 3 compuseram Eixo 1/Democracia, que discutiu participação política, controle social e legislação antirracista; fortalecimento e gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial; justiça climática, racismo ambiental e defesa dos territórios.
Já educação e cultura para igualdade racial; saúde, trabalho e economia solidária; segurança pública e acesso à justiça representam o segundo eixo de Justiça Racial.
No terceiro e último eixo ,que visa corrigir as consequências da escravização e do racismo sistêmico, além de promover reparação histórica e justiça racial, estão os grupos de debates sobre Políticas de reparação interseccionais e direitos sociais; Combate ao racismo religioso e comunicação antirracista e Reparação econômica, política tributária e assistência social.
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) conduziu, junto com o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), a estruturação das propostas apresentadas por delegadas e delegadas de cada um dos 26 estados participantes mais o Distrito Federal. A partir de agora, elas serão sistematizadas e encaminhada pela relatoria.
“As pessoas estão a sete anos sem conseguir falar, propor e interagir com as políticas de promoção da igualdade, uma vez que ficamos todo esse período sem a nossa Conferência. São momentos de encontro, discussão e debates de ideias democráticas com a condução do MIR e do CNPIR para aprimorar todas essas propostas", ressalta a secretária-executiva do CNPIR, Larissa Santiago.
As contribuições dos GTs serão inseridas no texto político final da 5ª Conapir, bem como o manifesto Sankofa que representa um compromisso com a recuperação da memória histórica e da identidade do povo negro para construir um futuro de democracia, reparação e justiça racial no Brasil.
Aclamação – Os delegados ainda aprovaram, nesta terça-feira, o regulamento interno da Conapir. A cerimônia de leitura e aprovação foi feita nos auditórios Planalto e Águas Claras do Centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O uso de dois espaços diferentes se deu para contemplar as pessoas com mobilidade reduzida.
A votação foi feita por meio de um sistema eletrônico que permite contabilizar cada voto a partir de um dispositivo móvel e o documento já foi disponibilizado.
Participação popular - Um dos temas propostos pelos GTs propôs a valorização do ofício da capoeira, como melhoria das propostas e políticas já existentes. “Estamos pensando no futuro, na aplicação das leis, políticas, regulamentos. A ideia é de que daqui a quatro anos tenhamos uma revisão do que avançou e que possamos entender a médio e a longo prazo o que ainda precisa avançar”, destaca Larissa Santiago.
Na quarta-feira (17), a sociedade civil eleita pôde registrar sua participação no evento por meio de uma fotografia com a ministra Anielle Franco, como representante do Governo do Brasil junto com as 27 delegações. O momento representa mais um caminho para memória da construção das diretrizes do futuro das políticas de igualdade racial no Brasil.
Programação negra cultural – A programação cultural contou ainda com a apresentações do pesquisador musical e produtor cultural, DJ Umiranda. Com sua proposta sensível, dançante, conectada ao território, ao corpo e à coletividade, ele trouxe sets que unem música brasileira, grooves latinos e diáspora africana. Já durante a noite o grupo percussivo Macetada Pagodão que se apresentou com influências dos blocos afro, do sambareggae e de culturas do Nordeste.
Encerrando o dia de plenárias de eixos, na quarta-feira (17) foi o momento da Batalha de rimas + Cypher Mapa das Desigualdades – artista que une improviso, resistência poética e conexão com a juventude periférica.