MIR realiza Seminário Rotas Negras 2025

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) realizou, nestas quarta e quinta-feiras (26 e 27) o Seminário Rotas Negras 2025. Com o tema “Afroturismo e Desenvolvimento Sustentável: Estratégias para a Promoção da Igualdade Racial”, o encontro reuniu gestores públicos, pesquisadores, empreendedores, especialistas e lideranças de comunidades tradicionais de diferentes regiões do país. 

A secretária-executiva do MIR, Rachel Barros, saudou os parceiros do seminário e afirmou que, para o MIR, o evento é mais uma concretização de um dos objetivos do Ministério. "Pensamos em vias de valorização do que a população negra já faz organicamente e ancestralmente, trazendo isso para o centro dos debates sobre políticas públicas e o Rotas Negras é a materialização disso".  

Rachel também defendeu que a população negra tem contribuído de forma constante com a geração de emprego e renda por todo o país, bem como com a preservação do meio ambiente e com práticas sustentáveis com raízes ancestrais. "O afroturismo é uma agenda incontornável para nós, sabemos que é a área de maior crescimento no turismo", defendeu. 

Já a diretora de Articulação Interfederativa do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Isadora Bispo, lembrou o caminho para que o programa se tornasse realidade. “Essas mulheres que estão aqui hoje, representam os ministérios que foram o ponto de partida. E se temos o Rotas Negras hoje, foi porque quando uma mulher falou, pegaram nossas mãos e nos ouviram”, colocou.  

Isadora lembrou, ainda, que um dos principais desafios era definir o afroturismo. “A gente estava falando de um turismo que trouxesse justiça econômica racial, que trouxesse reparação e pessoas negras estivessem à frente de negócios”, disse, ressaltando o percurso que leva a consolidação do programa Rotas Negras como política nacional. 

O evento amplia o diálogo entre governo, setor privado e sociedade civil. A programação permite a troca de experiências ao incluir debates temáticos, apresentação de práticas inovadoras e iniciativas comunitárias, além da discussão sobre integração entre cultura, turismo e igualdade racial. 

Entre os destaques do encontro estão o lançamento do Edital do 1º Prêmio Rotas Negras, a posse do Comitê Gestor do Programa Rotas Negras – instituído pela Portaria nº 319 de 2025 – e a divulgação do 1º Relatório Técnico Rotas Negras de Turismo no Brasil, que marca uma etapa fundamental para a nacionalização do afroturismo como política de Estado. 

O secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Senapir), Clédisson Júnior, empossado como presidente do Comitê, acredita que "é em momentos como este que fortalecemos nosso pacto federativo e que a articulação interfederativa faz sentido". Para o secretário o evento é um marco de fortalecimento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, onde é oportuno agradecer aos parceiros, gestores, conselheiros no que é "a maior inflexão do governo federal numa política pública que visa impulsionar o empreendedorismo negro e o afroturismo em nosso país." 

A iniciativa prevê, ainda, o fortalecimento da rede nacional de afroturismo, a disseminação de boas práticas regionais e a ampliação da articulação entre os Ministério da Igualdade Racial (MIR); do Turismo (MTur), do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC); da Cultura (MinC); do Trabalho e Emprego (MTE); da Educação (MEC); e dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Também são parceiros a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR); o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan; a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur); e Fundação Cultural Palmares (FCP). 

Representantes de diversos ministérios e órgãos federais participam do evento, reforçando o compromisso do Governo do Brasil com a valorização da cultura negra, o desenvolvimento territorial e a promoção da igualdade racial. 

Programação – Ao longo dos dois dias de programação o público pôde conferir painéis sobre afroturismo como reparação e desenvolvimento e afroturismo como desenvolvimento econômico.  Os participantes também tiveram a oportunidade de fazer um tour pela capital, que passou por pontos relevantes para a cultura negra, como a Praça dos Orixás. 
 
Políticas públicas e implementação do afroturismo, bem como empreendedorismo negro e redes de negócios também foram tema dos painéis, que proporcionaram, ainda, troca de saberes entre estados e territórios.