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MIR participa da visita oficial da comitiva do Governo Federal da Nigéria
Foto: Lucas Souza/MIR
Representando o Ministério da Igualdade Racial, a diretora de Políticas Públicas para os Povos Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros, Luzi Borges, esteve na sede da Fundação Cultural Palmares, em Brasília, nesta quinta-feira (5), para participar da visita oficial da comitiva do Governo Federal da Nigéria.
O encontro reuniu embaixadores, secretários-executivos, lideranças religiosas e representantes da sociedade civil para promover o intercâmbio e o fortalecimento cultural das conexões entre o continente africano e sua diáspora.
Em sua fala no evento, a diretora destacou para os participantes o compromisso do presidente Lula com a pauta de igualdade racial, lembrando a assinatura do decreto que reconhece a Política Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e Matriz Africana. A iniciativa, que está pactuada com mais 11 ministérios, possui 93 ações para serem executadas nos próximos dois anos, com o objetivo de valorizar o patrimônio material e imaterial das culturas de matriz africana. Os ministérios participantes são: Mulheres; Saúde; Cultura; Direitos Humanos e Cidadania; Justiça e Segurança Pública; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Meio Ambiente; Gestão e Inovação em Serviços Públicos; Trabalho e Emprego; Casa Civil.
A diretora Luzi afirmou, ainda, ser uma honra fazer parte desse processo de cooperação internacional. Ela também falou aos presentes sobre o Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul, política executada pelo MIR de combate ao racismo e promoção da igualdade racial por meio do intercâmbio de curta duração em países africanos, latino-americanos e caribenhos. “Nossa perspectiva é ampliar esse projeto para os povos de terreiros e comunidades de matriz africana. O MIR está de portas abertas para continuar esse diálogo”, ressaltou.
Representante do Governo Federal da Nigéria, o secretário executivo do Instituto Nacional de Orientação Cultural (Nico), Otunba Ajiboye, fez um reconhecimento público à presença da diretora Luzi Borges como uma referência de alta autoridade do Candomblé no Brasil. “Pouca gente aqui nessa sala pode medir a grandeza de nossa felicidade em encontrar uma sacerdotisa da linhagem de Xangô. Isso nos emociona, nos desperta um sentimento muito importante e nos reconecta com a cultura brasileira”, pontuou.
Em seu discurso, ele também agradeceu e avaliou como visionária a liderança do presidente Lula, manifestando interesse em estabelecer vínculos diretos com casas comunidades de matriz africana no Brasil e em outros territórios da diáspora. A ideia é que essa aproximação se consolide por meio do projeto do Congresso Mundial de Orisa, a ser construído na terra sagrada de Osun, como uma cidade afrofuturista dedicada ao culto dos orixás, à preservação dos saberes ancestrais e ao reconhecimento das lideranças tradicionais, previsto para 2027.
“A herança iorubá une Nigéria e Brasil de forma profunda. Muitos brasileiros já participam de festivais como Osun Oshogbo e Sango. Queremos ampliar essa relação com o povo de axé”, afirmou Otunba Ajiboye.
O encontro estabeleceu uma ponte entre os governos, instituições e lideranças espirituais de Brasil e Nigéria, reafirmando a importância da ancestralidade como fundamento vivo para uma cooperação internacional sólida, duradoura e comprometida com a justiça histórica, reparatória, simbólica e política.