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MIR integra reunião da Unesco para construção de Aliança contra o Racismo
Foto: MIR
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) participou, nos dias 10 e 11 de dezembro, da Reunião Consultiva da Aliança Global contra o Racismo e as Discriminações, em Paris (França). A convite da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o ouvidor Fábio Bruni esteve reunido com autoridades governamentais, especialistas, representantes de organismos multilaterais, sociedade civil e academia.
Com o objetivo de consolidar um mecanismo de cooperação internacional voltado ao enfrentamento do racismo, da xenofobia e de outras formas de discriminação, a reunião integra o processo de estruturação da Aliança Global, iniciativa lançada durante o 4º Fórum Global da Unesco sobre Racismo e Discriminação.
Por meio de sua atuação, o MIR irá acompanhar a construção da iniciativa desde sua fase consultiva, assegurar que a perspectiva brasileira seja considerada no desenho dos instrumentos de cooperação e identificar oportunidades de parcerias multilaterais relacionadas a dados, formação e metodologias de atendimento e proteção de vítimas de discriminação racial.
Representando o MIR, o ouvidor Fábio Bruni contribuiu com informações sobre práticas de atendimento, encaminhamentos institucionais e monitoramento de violações, além de oferecer subsídios técnicos relacionados ao enfrentamento do racismo institucional no Brasil.
“É importante ocupar esse espaço onde os tratados internacionais e legislações antirracistas podem ganhar força nas estruturas normativas locais e termos incidência no tipo de material que a Aliança Global precisa produzir para ampliar essa adesão e estruturar ações coordenadas capazes de enfrentar o racismo de forma sistêmica”, destacou.
Já o representante do Brasil na Unesco, Sergio Benevides, acredita que a atuação do Brasil na área de políticas e iniciativas de combate ao racismo e à discriminação é importante. “O presidente Lula, no início do seu mandato, estabeleceu que gostaria de constituir um eixo contínuo, ligando as políticas nacionais e internacionais do Brasil na área de combate ao racismo”, disse.
Entre os temas debatidos estão a proposta de governança da Aliança Global; a definição dos eixos temáticos de atuação; mecanismos de cooperação entre países e estratégias de financiamento; comunicação e incidência internacional; critérios de adesão e exclusão de membros; modelos de financiamento e estratégias de comunicação e engajamento com parceiros. As discussões buscaram definir regras claras de funcionamento, sustentabilidade e transparência para fortalecer a capacidade de articulação internacional da iniciativa.
O evento também contou com grupos de trabalho voltados a questões estruturais da Aliança Global; uma fala magna sobre o combate ao racismo e à discriminação; momento de articulação que abordaram as raízes históricas da escravização e sua relação com a xenofobia e os discursos de ódio contemporâneos. Além disso, também foram apresentadas estratégias de enfrentamento ao racismo, como alianças locais, engajamento de municípios, combate à islamofobia e novas formas de racismo.