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MIR e Ufopa lançam Portal das Afrotecas
Foto: Gilson Vasconcelos
O Ministério da Igualdade Racial (MIR), por meio da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo (Separ), em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) lançou, nesta sexta-feira (28), o Portal das Afrotecas. Reunindo informações sobre a implementação das Afrotecas na região do Baixo Amazonas, o site detalha o funcionamento de cada unidade e disponibiliza conteúdos referentes às ações desenvolvidas no âmbito do Projeto Cultura Africana, Afro-Brasileira, Afro-Amazônica e Quilombola (Afroliq). O site fortalece, ainda, a aproximação com as comunidades e as famílias atendidas.
Ressaltando a importância da entrega, o secretário de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, Tiago Santana, avalia o impacto estratégico do portal. “As crianças de hoje são os jovens de amanhã. Precisamos pensar em sua formação desde cedo e o projeto cumpre esse papel ao reconhecer e valorizar a criança em sua integralidade, fortalecendo seu empoderamento e criando condições para que se desenvolva plenamente dentro da comunidade. Estamos contribuindo para formar uma juventude com consciência social e racial, que se compreenda como agente de proteção e transformação de seu território.”
O portal apresenta perfis individualizados das primeiras Afrotecas implementadas no Baixo Amazonas, evidenciando a diversidade de contextos em que essa tecnologia social se enraíza. As unidades estão distribuídas em espaços institucionais públicos, creche e escolas do sistema de educação infantil em comunidades quilombolas ou zonas rurais e instituições de ensino superior. A expansão também conta com uma Afroteca itinerante, concebida para circular entre escolas e comunidades rurais, democratizando o acesso ao acervo e às atividades formativas mesmo em áreas de difícil deslocamento. O conjunto mais expressivo, contudo, emerge em territórios quilombolas, onde já se encontram Afrotecas em Saracura, Boa Vista, Peafú e Pacoval, todas no Pará, fortalecendo a educação escolar quilombola e ampliando o acesso de crianças à memória, identidade e ancestralidade negra em seus próprios territórios.
Além de fotos, materiais pedagógicos e notícias, a plataforma conta com o Observatório das Afrotecas, um espaço dedicado ao acompanhamento de dados sobre o alcance da política, seus impactos nos territórios e os relatos cotidianos das implementadoras, educadoras, famílias e crianças envolvidas no projeto.
“Tecnologias sociais como as Afrotecas garantem que as crianças tenham acesso ao direito à memória, à identidade e ao pertencimento, pilares essenciais da proteção integral. São iniciativas que fortalecem trajetórias e criam condições para que meninas e meninos cresçam reconhecendo o valor de suas histórias. O portal traz evidências importantes sobre como essa política chega aos territórios e apoia quem está na ponta, contribuindo para qualificar e expandir o modelo. Ele dá visibilidade ao impacto real da iniciativa e reafirma a importância de integrar saberes comunitários e políticas públicas para transformar vidas desde a primeira infância”, destaca Jefferson Acácio, chefe de Divisão do MIR.
Para o Luiz Fernando de Franca, coordenador do Afroliq, o portal potencializa a transparência e a difusão da iniciativa. “Desenvolvido em diálogo com as comunidades, o Portal das Afrotecas torna-se um dispositivo agregador de informações para que a população entenda melhor o projeto. É um instrumento pedagógico e de gestão, fortalecendo a expansão das tecnologias sociais antirracistas construídas pelo Projeto Afroliq e apoiadas pelo MIR”.
O que são as Afrotecas – Espaços educativos estruturados com livros, jogos, brinquedos e instrumentos musicais, elas são concebidas para promover cuidado, leitura e aprendizagem a partir de uma perspectiva afrocentrada. Valorizam as culturas africanas, afro-amazônica, afro-brasileiras e quilombolas, contribuindo para uma infância livre de racismo e fortalecendo identidades. Cada Afroteca é composta por um acervo de livros infantis antirracistas, jogos e brinquedos que representam a diversidade étnico-racial, instrumentos musicais e mobiliário adequado às crianças.