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MIR e MEsp dialogam sobre o papel das ouvidorias em ações de combate ao racismo no esporte
Foto: Ludmila Carneiro/MIR
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) promoveu, nesta quinta-feira (6), mais uma edição do “Café com Ouvidoria”, na sala plenária do Edifício Parque Cidade Corporate, em Brasília. Voltado ao diálogo, o espaço propôs, além da escuta ativa do público presente, uma oportunidade de conhecer o avanço das ações de enfrentamento ao racismo promovidas pelas pastas, que trabalham juntas por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT).
Luiz Barros, chefe de gabinete da ministra da Igualdade Racial, fez a fala de abertura do evento e ressaltou a relevância da cooperação entre os ministérios, além do papel das ouvidorias como pilares institucionais de acolhimento. “Quando fortalecemos a Ouvidoria, falamos de um dos pilares centrais de escuta e acolhimento de casos de discriminação racial e de racismo”, afirmou.
O encontro destacou o avanço do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre as duas pastas, que tem como objetivo fortalecer ações conjuntas de conscientização, formação e monitoramento de práticas discriminatórias no esporte.
Fábio Bruni, ouvidor do MIR, lembrou a origem da iniciativa do “Café com Ouvidoria”, que é um espaço para temas sensíveis como o racismo institucional e a discriminação no esporte.
“Pensamos esse espaço para tratar de temas difíceis. A igualdade racial não acontece no abstrato, ela se concretiza no dia a dia, nas políticas e nos acolhimentos que implementamos”, opinou.
Bruni também reforçou que o evento está alinhado ao Plano de Integridade do MIR, criado em 2024, e que o fortalecimento das ouvidorias é essencial para que as políticas públicas tenham capilaridade e impacto social real.
A secretária Nacional de Excelência Esportiva do MEsp, Iziane Marques, destacou o papel transformador do esporte e a responsabilidade das entidades esportivas que recebem recursos públicos.
“Hoje, todas as entidades que recebem recursos da nossa secretaria precisam oferecer contrapartidas de combate ao racismo. Isso significa capacitar atletas, técnicos e dirigentes em cursos antirracistas. É uma forma concreta de fazer a política pública acontecer.”
Já o ouvidor do MEsp, Aureliano Júnior, apresentou o protocolo de atendimento de combate ao racismo e o Disque Esporte, canal de acolhimento e orientação a vítimas de discriminação.
“Implementamos um protocolo nacional de atendimento e treinamos nossos atendentes para agir com sensibilidade, uma vez que nosso canal também foi criado para receber denúncias de racismo.”
Diálogo construtivo – O público e os gestores conversaram lado a lado em uma sala plenária. O coordenador-geral de Inteligência Esportiva do MEsp, Diogo Silva, lembrou que o combate ao racismo se desdobra nos diferentes níveis do esporte. “Temos o esporte escolar, o amador e o de alta performance. Cada um exige uma abordagem específica”, disse.
Já Arthur Almeida, ouvidor do Ministério dos Povos Indígenas, reforçou que o enfrentamento ao racismo no esporte precisa estar amparado na legislação e no trabalho conjunto entre as pastas. “A prevenção é fundamental, mas é importante lembrar que o racismo é crime no Brasil. Enquanto não houver punição clara para quem comete esses atos, o problema continua se reproduzindo, das arquibancadas às escolas. É por isso que o trabalho conjunto entre o MIR e o MEsp é essencial”, lembrou.
Acordo de Cooperação Técnica – A parceria estabelece um conjunto de ações voltadas à conscientização, formação e monitoramento da discriminação racial no esporte, alcançando atletas, torcedores e entidades esportivas.
Entre as medidas previstas no ACT estão a criação de um selo e de um prêmio para entidades esportivas antirracistas, o lançamento de campanhas educativas em eventos esportivos e o desenvolvimento de uma plataforma digital para monitorar e analisar dados sobre discriminação racial. A parceria também prevê a mobilização de torcidas organizadas em ações unificadas de combate ao racismo.