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Ministra Anielle Franco participa do lançamento de estudos dos quatro anos da Lei de Violência Política de Gênero
Foto: Andressa Almeida/MIR
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou, nesta quarta-feira (27), do evento de lançamento de estudos alusivos aos quatro anos da Lei nº 14.192/2021, de Combate à Violência Política de Gênero, no Congresso Nacional.
"Muita gente queria negar a violência política de raça. Falava-se muito em gênero, mas ainda se negava a raça. Temos que pensar no que podemos fazer para termos um futuro político que verdadeiramente acolha esses corpos”, colocou a ministra em sua fala de abertura.
Durante sua fala, a ministra exemplificou, ainda, violências sofridas por ela mesma, pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pela Deputada Benedita da Silva (PT-RJ), além de lembrar o assassinato da irmã, vereadora Marielle Franco.
“Ouvi de pessoas que já estavam na política há muitos anos, que elas viviam a violência política, mas não nomeavam. Então é importante que, como sociedade e civil e governo, tenhamos conseguido falar não só da teoria, mas de pensar isso na prática, para efetivamente combater essa prática”, acrescentou.
Além de apresentar dados sobre a temática, evento refletiu sobre os desafios que as mulheres ainda enfrentam na política e pensou medidas para superar barreiras e consolidar avanços.
O convite para a participação da ministra foi feito pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.
Resultados – Além da Pesquisa de Violência Política de Gênero e Raça no Âmbito Digital, do Instituto Marielle Franco, também foi divulgada a 2ª edição do Monitor da Violência Política de Gênero e Raça, do Instituto Alziras.
Por meio da análise profunda de 77 casos de ataques virtuais contra mulheres negras, LGBTQIA+, periféricas e defensoras de direitos humanos que atuam na política, a pesquisa do Instituto Marielle Franco revela como o espaço digital tem sido usado como instrumento de intimidação, silenciamento e exclusão.
Esta é a quarta pesquisa do Instituto Marielle Franco sobre o tema e foi feita em parceria com Justiça Global e Terra de Direitos. A publicação traz uma análise inédita de dezenas de casos acompanhados entre 2021 e 2025, revelando um regime de ataques sistemáticos no ambiente digital – não como exceção, mas como prática reiterada de exclusão política. O estudo aponta como o espaço digital tem sido capturado por discursos de ódio, desinformação, ameaças e violências simbólicas, físicas e psicológicas, que atuam para expulsar mulheres negras da política e enfraquecer a democracia.
Com base nesses casos, a pesquisa apresenta ainda recomendações concretas para instituições públicas, plataformas digitais, partidos e sociedade civil. Tudo isso para enfrentar, de forma estruturada, a violência política digital e seus impactos.
*Com informações do Instituto Marielle Franco