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Ministra Anielle Franco participa do encerramento do Simpósio Global 2025 sobre Justiça Climática e Populações Impactadas
Foto: Edgar Marra/UNFPA Brasil
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fez uma fala no encerramento do Simpósio Global 2025 sobre Justiça Climática e Populações impactadas nesta quinta-feira (31). No auditório do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, ao lado das ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Márcia Lopes, das Mulheres, e da primeira-dama, Janja Lula da Silva, Anielle lembrou que os efeitos da mudança climática afetam as populações periféricas e tradicionais, acima de tudo.
“Estamos tendo, aqui, mais uma oportunidade de procurar soluções para mitigar o racismo ambiental. O engajamento coletivo e qualificado que tivemos ao longo desses dias nos dá insumos para demonstrar a importância de as populações tradicionais estarem sentadas às mesas onde se tomam as decisões globais. Ninguém pode ficar para trás”, disse a ministra.
“Trabalhamos dia e noite para superar nossos desafios. Sem justiça ambiental não há justiça climática. Nossas políticas públicas nos levaram à inauguração do primeiro Instituto Federal em território Quilombola, agora em julho, e estamos celebrando a maior quantidade de Relatório Técnico de Identificação e Delimitação e titulações de quilombos. Assim vamos avançar em direção à mitigação do racismo ambiental”, defendeu Anielle.
A ministra Marina Silva lembrou da importância de trazer a perspectiva da sociedade para que não tratemos os diferentes como se fossem iguais. “Precisamos de um balanço ético global para que possamos ajudar os líderes e tomadores de decisão com o que foi discutido aqui. Para que eles considerem as pessoas, e de maneira ainda mais elementar: a vida em todas as suas formas.”
Também estavam presentes na cerimônia de encerramento a representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Florbela Fernandes; o presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, Richarlis Martins; a enviada Especial para Povos Indígenas na COP30, Sineia do Vale; a Jovem Campeã do Clima da COP30, Marcele Oliveira; a embaixadora e alta representante para Questões de Gênero do Ministério das Relações Exteriores, Vanessa de Faria; e a embaixadora da Juventude da Comunidade do Caribe (Caricom), Ashanta Ramsey.
Durante a cerimônia de encerramento, as falas trouxeram vivências com a temática e a busca por soluções conjuntas. “O racismo ambiental se apresentou a mim não como uma teoria, mas uma experiência vivida e me levou a ser uma ativista climática”, relatou Marcele Oliveira. “Com dedicação, urgência e colaboração é possível sim tornar a justiça climática e a inclusão social uma realidade para todas as pessoas”, acrescentou Florbela Fernandes.
Diálogo – O Simpósio Global 2025 sobre Justiça Climática e Populações Impactadas – Direitos em um Clima em Transformação: Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos e Igualdade de Gênero é coorganizado pelo UNFPA e Governo Federal. O encontro discute e dá visibilidade às interseções entre mudanças climáticas, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, violência baseada no gênero, práticas nocivas e a busca pela igualdade de gênero.
Realizado cerca de três décadas após dois marcos globais – a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima –, o simpósio ocorre em um momento decisivo. Embora os impactos climáticos afetem países em todo o mundo, os países de baixa e média renda estão especialmente vulneráveis, muitas vezes sem os recursos adequados para prevenção e resposta.
O simpósio é um marco estratégico no caminho para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), reunindo formuladores de políticas públicas, especialistas em clima e saúde, lideranças jovens, profissionais do desenvolvimento e representantes da sociedade civil.