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Ministra Anielle Franco fala sobre acesso a políticas de promoção de igualdade racial no programa Sem Censura
Foto: Andressa Almeida/MIR
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou nesta quarta-feira (5), do programa Sem Censura, exibido pela TV Brasil. Dentre as discussões, políticas de promoção da igualdade racial, ações afirmativas, V Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), Marcha das Mulheres Negras e combate à violência política.
O programa, apresentado pela atriz Cissa Guimarães, contou com as participações da atriz Denise Fraga; da influenciadora digital Bruna Masalai e do debatedor e educador social, Jota Marques.
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Questionada sobre a importância da pasta, Anielle Franco destacou o pioneirismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, há 22 anos, criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (a extinta Seppir) e há quase três também instituiu o Ministério da Igualdade Racial (MIR).
“Ver o Ministério de pé significa que nossa luta foi ouvida. O MIR cuida de mais de 56% da população, é muito transversal e interseccional. Lutamos diariamente por aquelas e aqueles que mais precisam, as pessoas mais vulneráveis e pobres desse país”, declarou.
Anielle Franco ainda destacou o protagonismo da luta dos movimentos negros e a importância socioeconômica dos Ministérios das Mulheres, Povos Indígenas e da Cultura.
Para os espectadores da rede pública de televisão e do canal no YouTube, a ministra e doutoranda em Linguística Aplicada explicou como os conceitos de interseccionalidade e transversalidade atuam no desenvolvimento das ações do Ministério. “Nosso melhor exemplo é o Plano Juventude Negra Viva, que tem uma transversalidade com outros ministérios, que diz que o jovem precisa e quer estar vivo, mas precisa de emprego, cultura, esporte e lazer para viver. Junto com o Ministério da Saúde, também criamos o Programa Saúde da População Negra. Então, é pensar o direito à vida, desde quilombos até as periferias e favelas. São inúmeras pautas que são transversais com outras pastas, que a gente precisa trazer para dentro do Ministério da Igualdade Racial”, destaca.
Ações Afirmativas – Para dar continuidade à entrevista, Cissa Guimarães perguntou quais caminhos percorrer para que a sociedade brasileira compreenda a legitimidade das cotas raciais, além da relevância e existência do MIR para a democracia. Na resposta, a ministra Anielle Franco fez uma referência ao pacto da branquitude, conceito desenvolvido pela ativista e intelectual Cida Bento, que versa sobre um acordo não verbalizado entre pessoas brancas para a manutenção de seus privilégios e a exclusão sistemática de pessoas negras e indígenas dos espaços de poder e decisão na sociedade.
“Existem cotas para pessoas brancas há mais de quinhentos anos e ninguém nunca questionou nada. Entra um, puxa o outro, a gente vê isso na política e em outros espaços também. As ações afirmativas existem e comprovam dados e números que são muito eficazes. Eu sou um fruto e a maior incentivadora das cotas”, ressalta.
Anielle Franco afirmou que o trabalho realizado no Ministério da Igualdade Racial deixará um legado muito grande, desde acesso a bolsas de estudo até titulação quilombola. “Eu vou entrar e sair de cabeça erguida, sabendo que quantos mais de nós nesses espaços, mais diverso o nosso país será”, finaliza.
Marcha das Mulheres Negras – O encontro, que recebe apoio do Ministério da Igualdade Racial, será realizado no próximo dia 25 de novembro, em Brasília. O movimento reúne mulheres negras para lutar contra o racismo, a violência e por direitos como a reparação e o "bem viver". O principal objetivo da marcha é reivindicar a reparação histórica e propor a construção de uma sociedade que valoriza o bem-estar coletivo, a relação com a natureza e a superação da discriminação.
O programa está disponível no link: https://www.youtube.com/live/dV4elvhxi5I