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Conheça a estrutura por trás da 5ª Conapir
Foto: Thiago Sousa/Conapir
A 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) passou, mas deixou um legado inquestionável como resultado. Entre os dias 15 e 19 de setembro, cerca de duas mil pessoas passaram, por dia, pelo encontro, que, para acontecer, dependeu do esforço conjunto de muitos braços, mãos e corações que deram dias de vida e horas de sono em prol de uma Conferência que marcasse a história.
"A organização logística foi um desafio enorme, uma experiência intensa, transformadora e muito gratificante. Não foi só sobre planilhas, contratos e prazos. Foi sobre cuidar de pessoas. A gente sabia que receber tanta gente de diferentes lugares do Brasil, exigia mais do que estrutura. Precisava de acolhimento”, colocou Débora Gebrim, apoio técnico-administrativo na área de eventos, que atuou nos bastidores da Conapir. “Foi cansativo sim, mas também foi muito bonito. Mostrou que todo o trabalho de bastidores realmente fez sentido. É aquele tipo de trabalho que a gente leva no coração”, acrescentou.
Equipes de infraestrutura logística, produção, hospedagem, comunicação, transporte, credenciamento, alimentação, segurança, serviço de limpeza, serviços médicos, acessibilidade, facilitação trabalharam muito ao lado de mestres de cerimônia, carregadores, recepcionistas, coordenadores, provedores de serviços de internet e pessoas para ajudar os conferencistas, expositores, observadores, visitantes e equipes de imprensa que passaram pelo local ao longo dos cinco dias.
Se a Conapir pôde voltar, após sete anos de hiato, pulsando força e ancestralidade, foi pela dedicação de equipes inteiras. O diretor de Gestão de Administração do Ministério da Igualdade Racial (MIR), João Victor Batista, conta que a alegria de ver a Conferência acontecendo. “Ter esse reconhecimento do ponto de vista de entender que o esfoço e o trabalho da nossa equipe atingiu o objetivo de entregar uma conferência que trouxe o debate da política pública com a participação social no mais alto nível, é muito gratificante”, colocou.
Ele conta ainda, que uma das experiências mais recompensadoras foi a de ouvir a devolutiva de um delegado que disse “que as trocas que tivemos no evento, o tratamento de toda a equipe, desde os condutores do transporte à equipe do evento, passando pela limpeza, nutrição e garçons, foi ótima, só tenho gratidão.”
Para Sara Rodrigues, mulher negra e colaboradora que atuou na área de credenciamento da 5ª Conapir, a resistência, as falas e as pessoas que circularam pela Conapir despertaram muito interesse. “Não pude deixar de notar que quase 100% do público parecia comigo. Fiquei maravilhada ao ter contato com culturas, estilos de vida diferentes do meu. Ao contrário do que pensam, a Conapir não é exclusiva para pessoas negras, há uma pluralidade de corpos presentes”, disse.
O jornalista Jobson Luz, de Lagarto (SE), relata que se sentiu muito bem recebido e que gostou muito da cobertura da 5ª Conapir. “Considero que o olhar da equipe para a cobertura fotográfica é muito humana. Além disso, só de termos um espaço organizado, inclusive com sala de entrevista, quer dizer que houve um carinho a mais no planejamento. Não apenas no espaço físico, mas em braços abertos para nos receberem”, avaliou o jornalista, que também participou como observador.
Já a delegada do estado da Bahia, Cláudia Isabele Silva, aprovou o formato eletrônico de votação, que trouxe agilidade ao processo, e os cadernos impressos. “A apresentação visual nas paredes foi estratégica para que todos tivessem acesso aos textos das propostas na íntegra. Também gostei do preparo dos coordenadores de mesa, em especial de como estabeleceram o respeito às pessoas e a fala como um imperativo daquele ambiente para mantê-lo seguro e capaz de acolher as nossas vozes”, disse.
“Cada decisão foi tomada com a vontade que todo mundo se sentisse respeitado e bem-vindo. No final, quando vi as pessoas chegando, ocupando sorrindo, trocando experiências, eu senti que todo aquele esforço valeu a pena”, compartilhou Débora Gebrim.