Notícias
A dimensão racial da crise ambiental pautou o encontro entre a ministra Anielle Franco e o líder indígena Aílton Krenak, em São Paulo
Foto: Fernanda Baldo
O bem viver é tanto base de política pública quanto uma urgência social, destacou a ministra da igualdade racial, Anielle Franco, no evento “Clima, Raça e Poder: A Dimensão Racial da Crise Ambiental”, que aconteceu nesta terça-feira (11), no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, em São Paulo.
Ao lado do líder indígena, ambientalista, ativista e escritor Ailton Krenak, no projeto Sempre um papo, Anielle Franco refletiu sobre os desafios e os caminhos a serem percorridos para a consolidação de um mundo mais justo e sustentável através da implementação das políticas públicas de promoção da igualdade racial e da parceria com as boas práticas coletivas da sociedade civil.
Para um público atento aos efeitos da dimensão racial na crise ambiental, a ministra Anielle Franco afirmou que no Brasil, um sistema de igualdade de direitos e oportunidades será possível na mesma proporção que houver democracia racial e destacou a importância de reconhecer e debater o racismo ambiental como fenômeno que agrava as desigualdades sociais.
“Não dá pra falar em mudanças climáticas, sem entender que os quilombolas e indígenas são os agentes de preservação do nosso planeta. Se a gente não cuidar, daqui há alguns anos sentiremos muito mais, e é claro que as comunidades mais vulnerabilizadas seguirão sendo as mais afetadas pelos impactos negativos que estão acontecendo a nível global. Nosso papel é dar visibilidade, criar políticas públicas de enfrentamento ao racismo ambiental que existe e quanto mais a gente demorar para agir, pior serão os resultados e as consequências para nossa sociedade e para o mundo como um todo”, destaca.
Às vésperas dos preparativos para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em Belém, no mês de novembro, o MIR é o órgão do Governo Federal que têm atuado em âmbito nacional e internacional na defesa da justiça climática e justiça racial como compromisso fundamental para o desenvolvimento sustentável.
Projeto Sempre um Papo – Mediado pela jornalista Semayat Oliveira, o evento propôs uma interação entre diferentes sistemas de produção de conhecimento, conectando academia, saberes tradicionais e a urgência de um mundo mais sustentável e inclusivo.
O encontro propôs também uma reflexão sobre a interseção entre racismo, políticas públicas e crise ecológica, destacando como as desigualdades climáticas afetam desproporcionalmente comunidades vulnerabilizadas.
O projeto incentiva a leitura através de encontros literários e já contou com a participação de outros nomes da literatura, bem como personalidades nacionais e internacionais como Veronica Stigger e Edson Kayapó, Valter Hugo Mãe e Itamar Vieira Junior, Sandra Benites e Sérgio Abranches, Maria Homem e Nurit Bensusan em edições anteriores.
Ao longo de 2025, os encontros seguirão enfocando criações que dialogam com o meio ambiente, promovendo uma nova visão sobre sustentabilidade e respeito aos ciclos naturais.