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4º Fórum de Afrodescendentes da ONU chega ao fim com a realização de debates sobre justiça reparatória, direitos de mulheres e meninas
Performance musical realizada na abertura do 4° Fórum de Afrodescendentes - Foto: Manuel Elías/UN Photo
A 4ª edição do Fórum Permanente sobre Pessoas Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas, que chega ao fim nessa quinta-feira (17), contou com a participação da ministra Anielle Franco em dois painéis temáticos, que também tiveram a presença de representantes dos Estados-membros, sociedade civil, especialistas em direitos humanos e pessoas afrodescendentes de todas as regiões do mundo.
No primeiro painel, Justiça reparatória para África e afrodescendentes, Anielle Franco destacou que o Ministério da Igualdade Racial (MIR) tem investido em políticas que geram impacto, como a titulação de territórios quilombolas, a presença negra na administração pública, ações para juventude, mulheres negras e comunidades tradicionais.
“Temos atuado, como Ministério da Igualdade Racial do Brasil, para construir um compromisso de Estado que tenha, acima de tudo, um desenvolvimento fundamental para a população negra, assim como a política de reparação histórica. Apoiar, criar, fortalecer, implementar ações afirmativas, saúde, educação, moradia digna são formas transversais e tem sido nossa missão exigir uma reparação à altura do nosso país. Não há reparação sem ação continuada e transformadora”, revela.
Com o tema Direitos Humanos de Mulheres e Meninas Afrodescendentes, o segundo painel contou também com a participação da secretária-executiva adjunta do MIR, Ana Miria Carinhanha. Ela esteve, ainda, na discussão sobre “Os legados da Escravidão e o Racismo contra Pessoas Negras”, que aconteceu nesta quinta-feira.
Nesta quarta edição, o Fórum debateu a urgência global por reparações diante das heranças históricas da escravidão e do colonialismo, especialmente em um cenário tecnológico que pode replicar – ou ajudar a reverter – desigualdades sistêmicas. A programação incluiu diversos painéis sobre justiça reparatória para África e pessoas afrodescendentes; direitos humanos de mulheres e meninas afrodescendentes com enfoque interseccional; e formulação de políticas públicas baseadas em direitos humanos para combater o racismo sistêmico.
Outro destaque foi a discussão sobre inteligência artificial e justiça digital: como desenvolver sistemas éticos e inclusivos que protejam os direitos humanos de pessoas afrodescendentes, promovam a justiça racial e garantam responsabilização nesta nova era tecnológica.