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Operação Yaripo Ye'pâ III combate garimpo ilegal no Parque Nacional do Pico da Neblina e Terra Indígena Yanomami
Operação Yaripo Ye'pâ III - Foto: Acervo
A Operação Interagência Yaripo Ye'pâ III, articulada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal, CENSIPAM e Exército Brasileiro, resultou na desarticulação de novos garimpos ilegais em uma das regiões mais singulares e remotas do país próxima à fronteira com a Venezuela. A ação de combate ao crime ambiental ocorreu em área sobreposta à Terra Indígena Yanomami, localizada no interior do Parque Nacional do Pico da Neblina.
Realizada entre os dias 14 e 24 de junho, a operação foi a maior já registrada no Parque Nacional do Pico da Neblina no enfrentamento ao garimpo ilegal, dando continuidade às Operações Yaripo Ye'pâ I e II, deflagradas em 2023 e 2024, após a detecção de atividades ilegais na região.
Foram lavrados 10 autos de infração, com multas que totalizaram R$ 97.200,00, além da apreensão e destruição de diversas estruturas e equipamentos utilizados na extração ilegal de ouro. O valor total entre multas e bens apreendidos chegou a R$ 310.342,00.
Durante as atividades de fiscalização, também foram apreendidas 132 gramas de ouro, com valor estimado superior a R$ 78.000,00 no mercado. O ouro estava em posse de indígenas yanomami, que declararam estar garimpando a mais de 2 mil metros de altitude na região conhecida como "bacia de gelo" no Brasil e "camelo" na Venezuela. O ouro apreendido foi entregue à Polícia Federal.
Os profissionais envolvidos na operação atuaram por via fluvial ao longo do Rio Cauaburis, Rio Tucano, Rio Maricibueri e Rio Titiricô, considerados de difícil navegação devido à alta velocidade dos cursos d'água e do elevado número de corredeiras.
Esses rios estão localizados próximos à comunidade indígena de Ariabu e Maturacá, e são vias de acesso à trilha para o cume mais alto do Brasil, o Pico da Neblina (Yaripo), com 2.995,30 metros de altitude, localizado no norte do estado do Amazonas.
O garimpo ilegal de ouro tem como principais impactos o desmatamento, a degradação dos solos, o assoreamento de cursos d’água e a contaminação da biota por substâncias tóxicas como o mercúrio, que afeta gravemente a saúde dos seres vivos.
A operação foi planejada durante meses de forma interinstitucional, e foi necessária uma complexa logística fluvial. Atuaram agentes federais de fiscalização da Coordenação Territorial ICMBio Manaus e NGI ICMBio Pico da Neblina, Polícia Federal (SR/PF/AM), CENSIPAM e tropas do 5° Batalhão de Infantaria de Selva (CFRN/5º BIS). Em breve, novas operações devem ocorrer na unidade de conservação federal visando combater esses ilícitos ambientais.
Com informações do Parque Nacional Pico da Neblina
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