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Concessão Florestal para Restauração inicia na Floresta Nacional de Irati
- Foto: Acervo Floresta Nacional de Irati
As Florestas Nacionais (Flonas) do Sul do Brasil tiveram origem com o objetivo de produção de madeira, inicialmente por meio do plantio de araucárias e, posteriormente, de pinus. A erradicação do pinus e a recuperação dessas áreas sempre representaram um desafio para o ICMBio.
A partir de 2021, em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), iniciou-se um processo de concessão florestal para as Flonas de Irati, Três Barras e Chapecó. O objetivo é erradicar os plantios de pinus, recuperar essas áreas, implementar a produção silvicultural de espécies nativas e incentivar a pesquisa e a capacitação das comunidades do entorno das unidades de conservação (UCs).
O edital foi lançado em 2023 e, em todas as Flonas, houve empresas vencedoras. O contrato da concessão de Irati foi assinado em agosto de 2024 e, após análise do ICMBio, o SFB aprovou o Plano de Manejo Florestal em maio deste ano, possibilitando o início do corte do pinus em 7 de agosto.
Durante o período da concessão, está prevista a retirada de 813 hectares de pinus, a recuperação de 310 hectares e a implantação de 618 hectares de silvicultura de espécies nativas, tendo como principais a araucária, a erva-mate, a bracatinga e a espinheira-santa.
Além da recuperação ambiental, a concessão deverá impulsionar a geração de emprego e renda na região, com repasses destinados a atividades ligadas à proteção do meio ambiente para o município (via Conselho Municipal de Meio Ambiente), para o estado de Santa Catarina (via Conselho Estadual de Meio Ambiente) e para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. Também está prevista a recuperação das principais estruturas da Flona — como escritório, centro de visitantes e casa de hóspedes —, o que permitirá ampliar a visitação e as atividades de pesquisa.
Outro aspecto relevante é a obrigatoriedade do investimento de 3% da renda bruta em pesquisas, 3% em capacitação das comunidades do entorno e 6% em encargos acessórios. Esses recursos poderão ser aplicados em monitoramento da biodiversidade, apoio ao uso público, controle de espécies invasoras e projetos comunitários.
De acordo com o chefe do NGI Campos Gerais, Rogério Florenzano Júnior, este é um momento histórico para a unidade de conservação. Criada em 1968 pelo antigo IBDF, a Flona de Irati teve como função inicial promover pesquisas para a adaptação do pinus ao ambiente brasileiro.
Agora, com a colheita desse pinus, a unidade poderá iniciar um novo ciclo, focado na pesquisa e na silvicultura de espécies nativas, integrando-se ainda mais à comunidade onde está inserida e cumprindo o papel previsto pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) para as florestas nacionais. Rogério também ressalta o papel fundamental do conselho consultivo da UC durante o período da concessão, que terá protagonismo na destinação e no acompanhamento da execução dos recursos financeiros previstos em contrato.
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