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Centro TAMAR participa de evento sobre telemetria acústica
Ocasião serviu para a formação da Rede Nacional de Telemetria Animal
Entre os dias 16 e 18 de julho, os analistas ambientais Erik Santos e Claudio Bellini, do Centro TAMAR participaram, na Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE, do evento Telemetria Acústica em Ilhas Oceânicas – promovido nos dias 16 e 17, assim como da implementação da Rede Nacional de Telemetria de Animais Marinhos - RAM-BR, no dia 18. A programação aconteceu na capital Recife, paralelamente à 77ª Reunião Anual da SBPC-Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

- Palestra do Dr. José H. Muelbert sobre a estrutura e formação da Rede Nacional de Telemetria de Animais Marinhos.
As discussões foram permeadas pela intenção de se formar uma rede de monitoramento, na qual diferentes projetos possam compartilhar os receptores de sinais instalados e assim ampliar a possibilidade de rastreamento dos animais em nível regional.
A formação da Rede de Telemetria Acústica também foi incentivada por pesquisadores que atuam em áreas com ampla cobertura por receptores de sinais de telemetria acústica no mar e que onde já existe o compartilhamento de informações, a exemplo do Canadá e Europa.
A discussão contou com a participação de representantes da Marinha, que apresentaram como possibilidades de continuidade e inovação, em especial para o monitoramento nas ilhas da Trindade, São Pedro e São Paulo e Fernando de Noronha, com perspectiva de apoio aos pesquisadores. Foi indicada a intensão de utilizar o método para o rastreamento do golfinho -rotador em Fernando de Noronha, assim como, as limitações associadas ao método e esses animais.
O Centro TAMAR reforçou que utiliza e recomenda a telemetria, em especial a por satélite, em diferentes projetos de identificação de impactos ambientais e do movimento das tartarugas marinhas, assim como, contextualizou que está em discussão o início de um programa de monitoramento de tartarugas marinhas por telemetria acústica, relacionado aos portos situados na Baia da Babitonga/SC, em licenciamento ambiental federal.
Aos participantes foi enfatizado o potencial de integração da rede e o aprimoramento dos processos de análise de aspectos da biologia dos animais, assim como, que a técnica se consolida como ferramenta de análise em licenciamentos de empreendimentos marinhos, de modo que os pesquisadores foram convidados a propor formas inovadoras para aplicação da metodologia.O evento contou também com representante do setor industrial que tem fornecido, no Brasil, a tecnologia associada à telemetria acústica. Na oportunidade foi possível aos participantes conhecer alguns dos equipamentos, com capacidade de rastrear animais muito pequenos e funções inovadoras que possibilitam identificar se o animal monitorado foi predado.
Os sistemas empregados para transformar os sinais em informações sobre os movimentos dos animais também foram apresentados, assim como os arquivos de dados gerados. Os pesquisadores enfatizaram a necessidade de a indústria contar com aparelhos receptores que apresentem capacidade de registrar equipamentos de diferentes fabricantes, de modo a favorecer o compartilhamento das informações na rede de transmissores que se busca consolidar.
A etapa final do evento contou com a discussão da proposta de formação de uma rede nacional de telemetria de animais marinhos, de modo a integrar principalmente informações ambientais sobre os oceanos.Sabe-se que hoje parte dos transmissores carregados pelos animais podem coletar dados oceanográficos como temperatura e salinidade, além de localizações e profundidade dos mergulhos. Tais dados têm o potencial de favorecer usos diversos e até mesmo alimentar modelos mais precisos sobre os oceanos, uma vez que os animais alcançam áreas que podem estar subamostradas pelos métodos convencionais.
Após as rodadas de discussões, o documento com as diretrizes da rede será novamente aberto em formato online para contribuições dos pesquisadores, o que compõe mais um passo na consolidação de uma Rede Nacional de Telemetria de Animais Marinhos.
Comunicação ICMBio

